Elas são as musas do vento, do ar e do tempo. Coloridas e aladas, as borboletas encantam pela simetria e delicadeza do voo e são destaque, claro, da nova estrutura do borboletário do Jardim Zoológico de Brasília. Inaugurado em outubro de 2006, o espaço é um dos preferidos pelos visitantes, recebendo uma média de 300 pessoas a cada fim de semana.
“O borboletário é um espaço de imersão do visitante em uma área que se assemelha ao ambiente natural das espécies, ajudando a desmistificar esses animais”, valoriza a bióloga e chefe do Núcleo de Répteis, Anfíbios e Artrópodes do Zoo de Brasília, Gabriela Carvalho.
O espaço, remodelado e aberto aos visitantes desde março, conta com nova cúpula e três ambientes divididos em floresta, brejo e uma área aberta. O objetivo é simular o habitat natural para diferentes espécies de borboletas. Tudo pensado para o bem-estar das quase 30 espécies que bailam pelo local e fazem a festa da garotada e de muitos adultos também. Todas são endêmicas do cerrado, ou seja, naturais da região.
“São os animais mais populosos do planeta e muito importantes para o ciclo de vida na terra. A diversidade deles é grande. Geralmente o pessoal gosta porque são coloridas, fofinhas e têm o ciclo de vida emblemático”, observa o biólogo e monitor de Educação Ambiental do Zoo de Brasília, Jean Victor, tentando decodificar o fascínio das pessoas pelo inseto.
“A pegada do borboletário, quando começou, era de visitação; agora que reabriu, estamos com visitas guiadas para levar informação ao público e fazer esse trabalho educativo”, explica Jean Victor.
O borboletário também passa a contar com a Sala de Artrópodes, onde o público pode conhecer os hábitos e a vida de bichos como aranhas, escorpiões e formigas. As visitas podem ser feitas de quarta a domingo, sempre das 9h às 12h e das 13h30 às 16h30. É permitida a entrada de grupos de dez pessoas a cada 15 minutos.
O tour guiado didático, além de informar, ajuda a esclarecer alguns mitos. O mais comum deles, talvez, é com relação ao pó expelido pelas asas das borboletas. Já o famoso ciclo dos lepidópteros se divide em quatro fases: ovo, larva, casulo ou crisálida e a exuberante fase adulta, que representa sua maturidade sexual, podendo reproduzir.
“As asas das borboletas são compostas por um monte de escamas; e, quando a gente entra em contato, causa irritação, só isso. Não existe borboleta venenosa, elas são inofensivas”, esclarece Jean Victor. “As pessoas associam o ciclo da borboleta à questão de renascimento. Ela sai do ovo e vira uma lagarta, passando por um processo de metamorfose que para muita gente é simbólica, mexe com as pessoas”, analisa o biólogo.
No DF, existem aproximadamente 500 espécies de borboletas. Segundo Gabriela Carvalho, o número de espécies do borboletário varia ao longo do ano devido à oscilação natural. “Essa oscilação ocorre devido ao período de reprodução de cada espécie, onde cada uma pode ser mais abundante num mês ou numa estação”, explica.