Idealizadora do projeto Prote. A. ção Infantil, que tem como objetivo capacitar profissionais e pais através de palestras, workshops e oficinas sore o tema ESEPAS – Educação Sexual, emocional e prevenção ao abuso sexual infantil.
*Carolina Bock, mãe, pedagoga e educadora master ESEPAS – em formação
18 de Maio de 1973, Araceli, de apenas 8 anos, saiu de casa e não voltou. Ela foi raptada, estuprada e morta por 3 homens de classe média alta que até hoje não foram punidos por esse crime brutal.
Por isso que o dia 18 de Maio e todo o mês, foi instituído (Lei N.14.432/22) para refletirmos e principalmente AGIRMOS no combate e prevenção ao abuso sexual e exploração infantil. Precisamos AGIR. Indignação sem AÇÃO, não salva nenhuma criança.
A maior dúvida dos pais é: como falar para meu filho sobre esse assunto tão pesado que é abuso sexual e ajuda-lo a saber se está em uma situação de risco?
– Primeira coisa, busque informação-conhecimento! Se você, mãe ou pai não falar sobre isso, você deixa sua criança vulnerável, pois ela não saberá identificar se estiver em uma situação de risco. Falar sobre autoproteção, deve ser intencional e você pode utilizar situações do cotidiano para fazer isso, de forma leve e divertida!
A criança aprende brincando, ela assimila melhor tudo que ensinamos na hora da brincadeira, então, uma maneira legal, é na hora do banho e troca de roupa: nomear as partes do corpo e dizer a importância de cada uma delas e quando chegar nas partes intimas, explicar o quão elas são especiais e importantes e que ninguém pode brincar com elas. Nem mesmo papai e mamãe. (Se brincamos com as partes intimas dos nossos filhos, acabamos por deixa-los vulneráveis à abusadores, normalizando a “tal brincadeira”)
– Outra atividade muito legal é a leitura! Tem vários livros que falam sobre a proteção e autoproteção com linguagem pra todas as idades! E aqui entra uma dúvida muito frequente: com quantos anos posso começar a falar sobre isso com meu filho? Desde sempre! Quando é nenenzinho , por exemplo, na hora de trocar a fraldinha, já pode começar a falar que vai limpar, passar uma pomadinha e já estará prontinho! Eles tem que ter a noção que o toque nas partes intimas, só pode ser feito por pessoas da rede de proteção e deve ser pra limpar, ajudar, passar um remedinho e é bem rapidinho. Gosto de dar meu exemplo: meu filho tem quase 3 anos e ensinamos intencionalmente, sobre proteção, limite corporal, desde sempre, mas ano passado, comecei com atividades impressas e jogos, além da leitura de livros e músicas sobre o corpo, emoções e proteção.
– Ensine que não pode haver segredos entre você e sua criança. Que ela pode confiar em você. Taí a importância de uma educação respeitosa, sem agressões verbais e físicas, gritos. Devemos respeitar a criança. (assunto pra outra hora!) porque se tiver agressões em casa, você acredita que sua criança irá te contar alguma coisa, ou ficará com medo de apanhar? Olha o perigo aí!
Na última oficina que fiz, por exemplo, foi tão gratificante ver crianças de 4-5 anos, se divertindo, fazendo uma dinâmica super legal. “Dinâmica do semáforo”. Elas colorem as partes do corpo com as cores do semáforo: vermelho- não pode tocar; amarelo-atenção e verde- tudo em tocar! Elas amaram a contação de história e se divertiram cantando a música da proteção.
Enfim, é urgente que protejamos nossas crianças e eu me disponho a ajudar com oficinas infantis, palestras criativas, palestras para pais e profissionais.
Sem conhecimento não existe prevenção. Sem informação não existe proteção.
Precisamos de mais indignAÇÃO para proteger nossas crianças.
Que o Guará possa se engajar nesse movimento nesse mês de conscientização e prevenção ao abuso sexual infantil.