Professora do curso de Biomedicina do Centro Universitário UNICEPLAC destaca a importância da mobilização da população
O mês de junho é dedicado à conscientização sobre a importância da doação de sangue. A campanha Junho Vermelho reforça a necessidade de manter os estoques dos hemocentros em níveis seguros — algo que depende do engajamento contínuo da população. Segundo o Ministério da Saúde, apenas 1,8% dos brasileiros doam sangue regularmente, número inferior ao ideal recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que é entre 3% e 5% da população.
De acordo com a biomédica Maria Eugênia Zaban Silva, professora do curso de Biomedicina do Centro Universitário UNICEPLAC, a campanha Junho Vermelho ocorre justamente em um dos períodos do ano em que as doações de sangue diminuem. “Há aumento de doenças respiratórias, períodos de férias, além da temperatura mais baixa, o que reduz o número de doadores. Mas, ao passo que as doações diminuem, as demandas por cirurgias, emergências e tratamentos contínuos dependentes de transfusões não param. Por isso, é fundamental conscientizar e mobilizar a população”, explica a biomédica.

Entre os requisitos para doar sangue, é preciso ter entre 16 e 69 anos (menores de 18 anos precisam de autorização dos responsáveis), pesar mais de 50 kg, estar em boas condições de saúde (caso apresente sintomas gripais, deve aguardar sete dias após a cura), não estar em jejum e evitar alimentos gordurosos antes da doação.
“Antes da doação, faça uma refeição leve, evite alimentos gordurosos e hidrate-se bem. Também é necessário apresentar um documento oficial com foto”, reforça a biomédica. Ela explica que, após a doação, o sangue é separado em diferentes componentes (concentrado de hemácias, plaquetas, plasma e crioprecipitado), possibilitando que uma única doação ajude até quatro pessoas. “Cada componente é utilizado em transfusões nos mais diversos casos: cirurgias, vítimas de acidentes, pessoas com doenças crônicas (como câncer e anemias graves) e outras emergências médicas”, detalha a professora Maria Eugênia.
As pessoas podem encontrar um local para doar sangue e se preparar para esse gesto solidário. “Basta procurar o hemocentro mais próximo de sua cidade. Aqui no Distrito Federal há a Fundação Hemocentro de Brasília, que atende 13 hospitais públicos e conveniados, localizada no Setor Médico Hospitalar Norte, ao lado do Hospital HRAN, além de hemocentros particulares, como a Hemoclínica, que atende aos hospitais privados”, destaca a professora Maria Eugênia.
SANTA MARIA
No mês dedicado à conscientização sobre a doação de sangue, conhecido como Junho Vermelho, servidores e colaboradores da Unidade Básica de Saúde (UBS) 1 de Santa Maria se mobilizaram para ajudar a salvar vidas. O grupo compareceu à Fundação Hemocentro de Brasília nesta semana (10) para realizar doações e apoiar a campanha nacional.
A data central da mobilização é o 14 de junho, Dia Mundial do Doador de Sangue. A iniciativa partiu dos próprios profissionais da UBS. Segundo a gerente da unidade, Joelma Batista, 11 servidores se dispuseram a doar. “Mesmo quem não pôde contribuir naquele momento fez o cadastro para depois. Essa corrente do bem é capaz de dar continuidade a outras vidas e é isso que importa”, afirma. No momento da doação, é possível também realizar o cadastro como doador voluntário de medula óssea.

Uma única doação pode salvar até quatro vidas. Manter os estoques abastecidos é, segundo a gerente, fundamental para garantir atendimento em situações de emergência e cirurgias nos hospitais.
Técnica de enfermagem da UBS 1 de Santa Maria, Adriana de Sousa conta a alegria de doar sangue pela primeira vez. “Vi o mural onde as pessoas agradecem aos doadores por salvarem suas vidas. Quando chegou a minha vez fiquei muito emocionada”, declara. A servidora ainda convida outros profissionais de saúde para doar sangue. “Um gesto tão nobre e tão rápido.”