O Debatendo as Cidades reuniu moradores, lideranças comunitárias Gama, produtores culturais e parlamentares para falar sobre as principais demandas da cidade. Durante o encontro, realizado no Centro de Ensino Especial 01, as principais reivindicações giraram em torno da precariedade da saúde pública, das dificuldades enfrentadas na área da educação e da ausência de políticas culturais acessíveis à população.
Moradores relataram o estado crítico da saúde, com unidades sem estrutura e atendimento precário. “É inadmissível que, com o orçamento que o DF tem, a saúde esteja em colapso e os professores enfrentem salas lotadas e infraestrutura precária”, criticou a senadora Leila do Vôlei, que denunciou a falta de execução de emendas parlamentares para as cidades. “Falta planejamento e comprometimento com o que realmente importa. Temos emendas indicadas para o Gama em 2020 que até hoje não foram executadas”, completou.

Reginaldo Veras, deputado federal, reforçou a importância do diálogo direto com a população. “Essa conversa é fundamental para conhecermos o que é prioridade para os moradores. Não adianta ficar trancado no gabinete enquanto a população sofre. Estamos aqui para ouvir e agir. E saúde e educação têm que ser prioridade todos os dias, não só em campanha”, afirmou.
Na área da cultura, os relatos escancararam a falta de espaços públicos funcionais e a dificuldade de acesso a recursos e permissões. O pedido pela revitalização do Cine Itapuã simbolizou a necessidade de reabertura de espaços que representam a identidade da cidade. “Cinco espaços culturais privados resistem, enquanto os públicos estão sucateados”, apontou a produtora cultural Leila Carneiro. “A burocracia para utilizar equipamentos públicos é uma das maiores barreiras para iniciativas da comunidade.”
A educação também foi destaque nos depoimentos. O professor Aharon Avelino falou sobre a estrutura das escolas da região. Assim como em outras RAs por onde o Debatendo passou, as salas de aula do Gama estão superlotadas e com espaços sucateados.
Max Maciel, deputado distrital, reforçou os investimentos feitos na educação do Gama, mas denunciou os entraves administrativos. “Destinamos R$ 3 milhões para as escolas do Gama, mas parte desses recursos está parada porque falta capacidade de execução. A população faz sua parte, os parlamentares também. O que falta é um governo que tenha planejamento e vontade de fazer acontecer”, declarou. Ele também criticou os altos custos com contratos e a falta de prioridades. “O GDF gasta por ano R$ 240 milhões com ônibus para levar alunos para escolas longe de suas casas. Com esse recurso, daria para construir 20 escolas novas com estrutura de ponta. Mas o que vemos é desperdício e desorganização. Educação tem que ser prioridade real, e não só no discurso”, completou.
A senadora Leila, o deputado federal Reginaldo Veras, o deputado distrital Max Maciel e o presidente do Iphan, Leandro Grass, reforçaram o compromisso com a escuta ativa da população. “Política se faz junto. Essa peregrinação pelas cidades é para ouvir, registrar e cobrar soluções”, afirmou Leila.
Leandro Grass destacou a importância da participação cidadã na construção de um projeto político para o DF. “O Gama é uma cidade histórica, cheia de identidade e desafios. Temos um projeto para a cidade e para o Distrito Federal, mas ele só faz sentido se for construído com as pessoas. Só vamos mudar a realidade se estivermos juntos, somando forças e ouvindo quem vive os problemas todos os dias”, afirmou.
O Debatando as Cidades é uma iniciativa itinerante que busca mapear os principais desafios das regiões administrativas do DF, ouvindo diretamente da população suas demandas e prioridades.