21 de março é o Dia Internacional da Síndrome de Dow, a data tem como principal objetivo conscientizar a população sobre a inclusão e promover a discussão de alternativas para aumentar a visibilidade social das pessoas com Síndrome de Dow. Para quem não sabe, a Síndrome de Down é uma alteração genética causada por erro na divisão celular. As pessoas apresentam características como olhos oblíquos, rosto arredondado, mãos menores e comprometimento intelectual. Mas nada impede que eles possam ser inclusos na sociedade em várias atividades que vai do lazer às laborais, que realizam com maestria e muito gosto pela vida. A arte, é onde eles mais se destacam, pois podem liberar toda a alegria de viver que foi proporcionado a eles pela genética.
O Blog da Zuleika, que se prima pelo tema Humanidades, entrevistou a responsável pela Associação Cultural Namastê, professora e coreógrafa, mestra em psicologia Luciana Vitor. Localizada no Núcleo Bandeirante 3ª Avenida, bloco 1280, casa 01, a instituição ministra, diariamente, aulas para crianças, jovens e adultos com Síndrome de Dow há 16 anos, tendo recebido diversos prêmios pelo trabalho inclusivo. Em 2018 ganhou o Prêmio Nacional em Direitos Humanos pela Anamatra ( Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho)
A Associação Cultural Namastê, produziu e realizou vários espetáculos em grandes teatros como: teatro Nacional, teatro Caixa Cultural, Funarte, teatro dos Bancários, Dulcina, bem como diversas apresentações como na Fifa Fan Fest, Festival Internacional do Porto em Portugal, Mercado Persa em São Paulo, Joinville em SC , na Câmara, Senado, Congressos, Universidades e Faculdades e escolas do DF.
Blog-Como o trabalho é desenvolvido?
Luciana-Inicialmente desenvolvido em sala de aula e estendido a comunidade ao decorrer dos anos, desde 2004.O trabalho da Namastê busca promover ações que busquem o respeito à dignidade inerente, respeito pela diferença é aceitação da deficiência como parte da diversidade e da condição humana, promovendo a paz, a cidadania, os direitos humanos, a ética, a democracia, a arte, a cultura e a educação.
O trabalho é desenvolvido por meio da arte e da cultura, promovendo a alteridade e o convívio através dança, o grupo Namastê é inclusivo já na própria composição, com componente de diversas idades, bem como no convívio da pessoa sem deficiência e com diversas tipologias de deficiências e transtornos.
Quais foram as metas alcançadas pela Namastê?
Luciana-A minha tese de mestrado, ” Dança Cigana, Inclusão Social e Subjetividade” evidenciou o desenvolvimento dos alunos, por meio da pesquisa do trabalho desenvolvido e vivenciado, uma vez que, o projeto pode modificar a imagem da deficiência e favorecer as mudanças em relação a imagem que a sociedade possui sobre as pessoas com deficiência, primeiramente as pessoas são reconhecidas pelo grupo fazendo com que adquiram confiança em si mesmo, resignificando a sua percepção de excluídos.O reconhecimento por pessoas externas ao grupo causa impactos subjetivos nos alunos e percebe-se que neste momento a exclusão da lugar a inclusão, isto posto, o grupo de Dança Cigana Inclusiva da Namastê, promove os desenvolvimento das potencialidades de cada um.
Outra instituição no Distrito Federal que desenvolve trabalho de arte inclusiva com tambores, desta vez com percussão, é o Grupo Cultural Batukenjé– Arte Inclusiva, comandada pelo Mestre Celin Du Batuk, que já realizou apresentações em países da Europa e América do Sul. Aos finais de semana era possível acompanhar os ensaios realizados no Parque da Cidade, sempre entusiasmando a todos que acompanham. Celin é um auto didata que decidiu desenvolver atividades culturais ligadas à musica e à percussão como forma de representação e preservação dos ritmos afro-brasileiros, desde 2006. Ou seja, temos há mais de dez anos duas instituições que desenvolvem trabalho com pessoas com síndrome de Dow com muito amor e dedicação.