Por Paulo Santos
Dia 12 de outubro comemora-se o dia da criança. É o momento perfeito para refletirmos sobre a infância.
Desde 1959, a Organização das Nações Unidas – ONU, por meio da Declaração Universal dos Direitos da Criança, reconheceu que “Toda criança terá direito a brincar e a divertir-se, cabendo à sociedade e às autoridades públicas garantirem a ela o exercício pleno desse direito.” (Fonte: Agência Senado)
Em 1989, a Assembleia Geral da ONU adotou a Convenção sobre os Direitos da Criança. Seu texto entrou em vigor no dia 2 de setembro de 1990, e o Brasil ratificou os seus termos logo em seguida, em 24 de setembro de 1990. Nela “os Estados Partes reconhecem o direito da criança ao descanso e ao lazer, ao divertimento e às atividades recreativas próprias da idade, bem como à livre participação na vida cultural e artística” (art. 31.1).
A Constituição Brasileira e o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) também asseguram esse direito, e a Lei nº 13.257/2016, conhecida como Marco Legal da Primeira Infância, coloca a criança desde o nascimento até os 6 anos como prioridade no desenvolvimento de programas, na formação dos profissionais e na formulação de políticas públicas. (Fonte: Agência Senado)
Mas o que é brincar? Já cantava o grupo Molejo “Brincadeira de criança, como é bom, como é bom”.
Entre os anos de 1980 e 1990 as brincadeiras de rua tomavam conta das cidades brasileiras. As crianças jogavam futebol, brincavam de amarelinha, pique-bandeira, pique-esconde, pique-pega (era pique que não acabava mais), pião, pipa, biloca, queimada, e muitas outras aventuras animavam a garotada.
Infelizmente, essas brincadeiras que fizeram parte da infância, e tornaram os adultos de hoje mais felizes, estão quase em extinção. Foram substituídas por isolamentos domésticos.
Muitas crianças ganham presentes nessa época, uns caros, outros baratos, mas, infelizmente, muitos pequeninos não têm com quem brincar.
As redes sociais, jogos online, vídeo games, consomem boa parte do tempo não apenas dos meninos e meninas, mas dos seus responsáveis.
Lamentavelmente, muitos pais acreditam que basta encher o quarto dos filhos com brinquedos, mas esquecem que o mais importante é o seu envolvimento na vida das crianças.
Muitas clamam pela atenção dos seus progenitores, querem simplesmente correr, sorrir, pular e abraçar.
É momento de se divertir com a criançada, eles almejam e precisam do seu tempo e, principalmente, da sua atenção.
Aprenda a cultivar memórias na vida dos seus filhos. Os brinquedos, mais cedo ou mais tarde, quebram, são doados, extraviados. Já as lembranças do dia no parque, da travessura na piscina, de brincar de pique com o papai e pentear o cabelo da mamãe, essas ficarão para sempre e o tempo não será capaz de quebrá-las ou doá-las.
Deixe de lado por algumas horas suas redes sociais, seus aparelhos eletrônicos, alguns dos seus compromissos e venha para a rua se divertir com os seus filhos.
Pode não fazer sentido para muitos, mas a criança precisa de momentos de diversão para o seu desenvolvimento motor, psíquico, emocional, espiritual e moral.
Brincadeiras saudáveis podem transformar a vida de uma criança e torná-la um adulto equilibrado e emocionante feliz, assim como você que, tenho certeza, tem boas histórias para contar. Compartilhe com seus filhos. Reviva com eles a sua velha infância. Hoje é dia de brincadeira de criança! Mostre a eles como é bom, como é bom!
Feliz dia da criança!
*Paulo Santos é Conselheiro Tutelar do Guará
Correção Thamis Martins