A polêmica em torno da possível cobrança aos educadores físicos pela utilização dos parques públicos administrados pelo Ibram já chegou ao Guará, responsável pelo Parque Ecológico Ezechias Heringer, um dos três pulmões verdes da cidade. O Blog da Zuleika conversou com a educadora física Eliane Albuquerque que desde agosto de 2020, optou pelo retorno do projeto Divas Dance dentro das instalações da área vivencial do Parque do Guará.
Segundo ela, tudo é muito inesperado. “Creio ser um absurdo a cobrança de uma taxa para uso de um espaço público por nós profissionais de Educação Física, porque promovemos o bem estar físico e mental ,estimulamos outras pessoas a praticarem atividade física , pois ao observarem o empenho e a motivação de nossos alunos ,acabam motivados a se movimentar e com isso melhorar sua imunidade .Nosso trabalho é sério e pautado em princípios básicos de treinamento ,não existe gasto adicional com nossa presença, muito pelo contrário. Com atividade física pela população ativa, os riscos do vírus avançar para uma forma mais grave ficam reduzidos. Entendo que minha contribuição para a sociedade é de extrema importância, esclarece a professora.
O vice-presidente da Câmara Legislativa (CLDF), Rodrigo Delmasso (Republicanos) apresentou, na última terça-feira (20/4), um projeto de decreto legislativo (PDL) para sustar os efeitos da instrução normativa que prevê o pagamento de taxas para a realização de aulas com educadores físicosnas Unidades de Conservação administradas pelo do Instituto Brasília Ambiental (Ibram).
O PDL, contudo, anula apenas a taxa para as aulas de ginástica e musculação nos parques públicos. “A instrução normativa é boa, mas excede ao querer cobrar dos educadores físicos, que têm por objetivo auxiliar nos cuidados da saúde da população”, explicou . A votação deve ocorrer na próxima semana.
Na justificativa da proposta, Delmasso critica o fato de as aulas práticas desportivas precisarem de autorização do Ibram, o qual exigirá que os professores sejam credenciados, sem que ocupem as vias internas dos parques e tampouco usem músicas e sons para evitar a perturbação da ordem.
Para Antonio Castro, o professor Toni como é chamado carinhosamente pelos seus alunos, aos 25 anos de profissão a situação da categoria não é nada confortável neste momento de pandemia. e faz um desabafo à reportagem:
“Não bastasse a Pandemia, que quebrou financeiramente as academias e consequentemente gerou demissões em massa de profissionais da área de Educação Física, um dos seguimentos profissionais mais atingidos pela Pandemia da Covid-19, o governo ao invés de dar suporte à área com medidas emergenciais para o setor, fez justamente o contrário: penalizou, com a cobrança de uma taxa absurda para os profissionais da área utilizarem os espaços públicos (parques); uma das únicas e criativas maneiras do professor de Educação Física driblar o desemprego, manter-se ativo na profissão e fortalecer tanto a ECONOMIA local como a SAÚDE da população, pois é fato que um corpo treinado é mais resistente e tem maior imunidade”, argumenta Toni.
Segundo ele, a direção precisa ser em favor da categoria. “O que o governo deveria fazer era tomar atitude oposta, que é dar condições estruturais e de apoio logístico , colocando estes espaços em melhores condições para que o educador físico desenvolva essas atividades ao ar livre utilizando os espaços públicos. Um absurdo! O setor está sendo penalizado duplamente. Tanto pela limitação de aglomeração que o próprio vírus impôs, e agora por essa medida insana de cobrança de taxa. O Estado já tem fonte monetária excedente advindo de impostos e taxas as mais diversas, o que não faria diferença nenhuma na arrecadação”, conclui indignado.
*Trecho de informações do site Metrópoles