Travou uma luta de guerreira contra a Covid-19 por quase dois meses internada e intubada e debaixo de muitas orações de seus familiares, alçou voo para a libertação de tanto sofrimento e dor na madrugada da ultima terça-feira. Mirta Fraga, esposa de um coronel da PMDF e ex deputado federal Alberto Fraga, tinha sonhos e um legado em defesa da Mulher. Em 2007, assumiu a presidência do Conselho da Mulher e logo após, foi a primeira coordenadora da Coordenação Para Assuntos da Mulher, com status de secretaria, hoje uma secretaria de estado do Governo do Distrito Federal. Anos da era Arruda, em 2008/2009, onde timidamente se começava uma batalha pela concretização de mais direitos por todas nós. Em 2006, foi sancionada a primeira versão da Lei Maria da Penha, ainda tão carente de atualização para, efetivamente, atender aos nossos anseios.
Quem se vai, sempre é amor de alguém. Além de toda uma família enlutada, ela conseguiu agregar à sua família de sangue, várias outras pessoas, seja por afinidades ou simplesmente por amor mesmo. Daqueles que não conseguimos explicar. Como se uma varinha de condão indicasse a quem nos unimos nesta nossa passagem pela terra. A jornalista Andressa Naves, teve o privilégio de conviver com ela e sua família. Como se consola uma amiga que sofre por perder outra amiga? realmente gostaria de saber. Já ficamos triste quando uma de nós vai embora de forma tão precoce, imagine saber que seus amores vida afora ficaram órfãos do seu amor e zelo.
A nós, que continuamos nossa jornada em defesa da mulher, nos cabe a tarefa de não deixar seu legado se perder.