Todo dia era uma nova oportunidade para os guaraenses e moradores de todo o Distrito Federal dar uma chegadinha no fim de tarde no Pontão do Cave. Eram os anos 90 e a cultura de barzinhos fervilhava na cidade. Cada época era um point novo. E chegou a vez do Guará. Tempos de muitas alegrias, paqueras, namoros e estacionamentos lotados de carros. Até o Detran-DF veio intervir na zona que virava aos finais de semana.

Eram uma quantidade razoável de barzinhos juntos que se abrim para um amplo estacionamento e local bem arejado. o palco era no meio do estacionamento com música ao vivo para todos os frequentadores. Ao lado a antiga Casa da Cultura fervilhava com a efervecência cultural de Sonia Dourado, que trouxe até o Chiclete com Banana para cantar no local. Chamariz certo para a rapaziada, que fazia do amplo estacionamento, pelas madrugadas, um motel à luz das estrelas. Violência? nem sonhávamos com ela.

Do apogeu à decadência não foram 10 anos de sucesso. Ficaram apenas dois barzinhos que fizeram história com os moradores da cidade, e até casamentos: o Bar do Galvane da chuleta, do Galvane e Erci, ela funcionária da Saúde, o que lhes garantia um público cativo de funcionários públicos (ambos falecidos) e Heuler e Carmem ,do Bar do Heuler, que montaram o Baile dos Amigos, que completa 24 anos em 2022.

Com a bandidagem crescendo no point, o local se tornou perigoso e ladrões começaram a frequentar. O grande público já tinha se deslocado para um novo point em outra cidade. Para completar o Altas Horas recebia um público nada recomendável. Virou point de mulheres em busca de um ganha pão extra.
Na resistência a está Carmem Oliveira, esposa do Heuler, que com o falecimento de Erci do Galvane, de Covid19 , não deixa a alegria e a festança acabar. Com a derrubada final da área do Pontão do Cave, ordenada pela justiça, hoje só tem destroços em um local que fez história na cidade.
Hoje, o Baile dos Amigos do Pontão do Cave acontece no salão do Grêmio Esportivo, pelas bandas da QE46, em uma área pertinho daCandangolândia. Quiça, agora o último reduto dos antigos jovens do Guará, agora na Terceira Idade, com a possível derrubada do Centro de Convivência dos idosos do Guará.