Compositor que teve música gravada pelo “Só Pra Contrariar” é um dos convidados especiais do próximo domingo (21), ao lado de Kris Maciel e Dinho Braga. Roda gratuita acontece na Praça do Bosque, às 16h.
A quarta parada de uma viagem muito especial pela história do samba de Brasília será no próximo domingo (21), às 16h, na Praça do Bosque, na Candangolândia. A comunidade que abrigou os pioneiros durante a construção da capital celebra com uma roda de samba a trajetória de quem abriu alas para novas gerações e continua em plena atividade. O sambista Fiola Travassos é o quarto homenageado do projeto “O Samba Tá Aí”, realizado pelo grupo 7 na Roda e pela Onã Produções.
Carioca, nas décadas de 1980 e 1990 Fiola integrou o movimento “Sementes de Brasília”, com o qual gravou quatro LPs, considerados os primeiros discos de samba da cidade. Em 2003, sua música “Reconciliação” foi regravada pelo grupo “Só Pra Contrariar”. Atuante nas rodas de samba do DF, ele já integrou o grupo “Cinco de Frente” e atualmente prepara o repertório para seu segundo álbum.
“Fiola é um sambista muito importante para Brasília. No Rio ele já tinha uma vivência com os irmãos sambistas e aqui não foi diferente, se juntou com outros bambas. É uma referência para todos nós”, ressalta Breno Alves, integrante do 7 na Roda. Para homenagear Fiola, o grupo convidou Kris Maciel, uma das cantoras mais vibrantes e talentosas do samba de Brasília. Ela vai cantar os sucessos do compositor, cantor e cavaquinista, que também estará na Praça do Bosque.
“Eu me sinto honrado com essa homenagem. É um reconhecimento de tudo que já fiz e continuo fazendo pelo samba em Brasília como compositor, intérprete e músico. Total gratidão a toda produção do Samba Tá Aí e ao grupo 7 na Roda”, agradece Fiola, que também é policial militar aposentado. Ele possui composições sobre temas diversos. Entre eles, amor, cotidiano e religiosidade de matriz africana. “No meu entendimento, o samba sempre contribuiu, fez e faz parte da cultura negra e da população negra, proporcionando profissão e inclusão.”
Próxima roda
A segunda edição do projeto “O Samba Tá Aí” começou em junho deste ano, com uma roda na Vila Planalto em homenagem ao sambista Júnior do Cavaco, já falecido. Em seguida, foram homenageadas as compositoras Tia Edênia e Helena Pinheiro, na Vila Telebrasília e no Cruzeiro, respectivamente. Todas as rodas foram um sucesso de público, repletas de emoção e alegria. “Esse é um projeto muito lindo, que nos permite fazer homenagens a quem veio antes de nós e também nos leva para o meio da comunidade, que nos acolhe de uma forma tão bonita, com tanto carinho”, destaca a cantora Kris Maciel.
A próxima e última roda do “O Samba Tá Aí” será dia 11 de setembro, 11h, no Núcleo Bandeirante, com uma homenagem ao sambista Carlos Elias, integrante da ala de compositores da Portela, no Rio, e do grupo que fundou o primeiro Clube do Samba do Brasil, em 1978, em Brasília. Elias tem composições em parceria com Nelson Cavaquinho, Zé Keti, Batatinha e outros.
“O Samba Tá Aí” é um projeto realizado com recursos do Fundo de Apoio à Cultura do DF (FAC/DF). O objetivo da iniciativa é dar visibilidade ao samba produzido no DF e entorno, valorizando o trabalho de instrumentistas, intérpretes e compositores. “Escolhemos as feiras permanentes e as praças por serem espaços abertos e democráticos, onde naturalmente já circulam diversos tipos de público”, ressalta Tâmara Jacinto, da Onã Produções e também idealizadora da segunda edição do projeto “O Samba Tá Aí”.
Crédito das Imagens de Nina Quintana e Anne Vilela