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Laudo da Defesa Civil condena a estrutura da antiga Casa da Cultura do Guará

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No último dia 21 de novembro, técnicos da Defesa Civil do Distrito Federal emitiram um novo laudo atualizado da atual situação da antiga Casa da Cultura do Guará, edificação que é um próprio da Administração Regional do Guará, com vistorias em todas as instalações da casa. O parecer técnico é pela continuidade da interdição, após a constatação de deformidades na infraestrutura que podem ocasionar algum tipo de perigo para quem estiver ocupando o local.

Rememorando que a Casa da Cultura do Guará foi desativada com a inauguração de uma outra edificação, com instalações mais modernas e bem mais próxima da Avenida Contorno no Guará II. Após anos de desuso, o prédio foi se deteriorando e o que já foi o point da juventude guaraense, se tornou um mausoléu, onde moradores em situação de rua se abrigavam ou usuários de drogas utilizavam para praticar o ilícito sossegadamente, porque lá ninguém ia, por ser um local ermo e de difícil acesso.

Imagem do forro gesso cartonado, apresentando queda em
vários pontos da edific

Com a chegada das mulheres do Movimento Olga Benário, que ocuparam a Casa da Cultura no peito e na raça, bo mês de outubro deste ano, tudo mudou. Por diversas vezes fontes afirmaram que o laudo da Defesa Civil, interditando a Casa da Cultura, não existia e era um suposto argumento para não deixar quem desejasse ocupasse o local para atividades culturais. Ressaltando que este é também o caso do Salão de Múltiplas Funções, interditado pelo Corpo de Bombeiros do Distrito Federal, e que deixou de ser palco de grandes shows e bailes. A comunidade ficou sem um local para realizar festas e eventos, quando a Administração do Guará, cumprindo a lei, deixou de alugar o salão.

Imagem de rachaduras externas

Visando estabelecer o lícito, a Administração do Guará solicitou uma nova vistoria da Defesa Civil, que é o orgão responsável do Governo do Distrito Federal, por liberar ou condenar uma edificação que possa representar perigo a toda a sociedade. O laudo foi assinado pelo sargento do CBMDF, Antonio Carlos, logo após a desocupação da Casa da Cultura de seus ocupantes, num público volante de aproximadamente 50 pessoas, por policiais militares do 4º BPM, cumprindo o parecer da Procuradoria que assegura a posse do local à Administração do Guará, na última segunda-feira, 21 de novembro.

Imagens externa e interna, respectivamente, da
parede da lateral esquerda da edificação, apresentando
rachadura transpassante, onde a parede já se separa da estrutura
junto com o pilar de sustentação

Laudo Técnico

O termo de interdição 87/2022, está no SEI sob o número 0005000012662202260, e nele constas os seguintes pareceres técnicos :

Edifício público que havia sido ocupado irregularmente, apresentando trincas e rachaduras nas paredes e cintas, cintas separando dos pilares, sinais de infiltração, desplacamento de reboco e piso, queda do forro de gesso, telhado comprometido com quebras de telha; e energização por meio de gambiarra com fiação exposta por todo o interior da edificação,várias partes do piso tem rachaduras, trincos e desplacamento do revestimento de cerâmica. Várias trincas e rachaduras nas paredes.

Imagem do piso apresentando trincas e desplacamento
do revestimento de cerâmica.


Foram retirados dois pilares da área central do salão principal. Várias imagens estão no laudo para corroborar o parecer técnico, como fotos das rachaduras nas paredes e do telhado. A falta dos dois pilares de sustentação pode ocasionar um desabamento a qualquer momento e comprometendo consideravelmente a edificação.

Imagem do salão principal da edificação, onde se pode ver
claramente que foram quebrados dois pilares de sustentação,
abrindo uma vão de 10,290 metros, onde antes tinha uma vão de
apenas 2,300 metros entre as colunas. Salienta-se que o referido
local recebe a parede central e mais alta do telhado, onde
concentra também a maior parte do peso da estrutura.

Pelo parecer, a Administração do Guará deve realizar o escoramnetodos cintos e nos dois pontos onde foram retirados os pilares. recomenda, também, a demolição da edificação como uma das formas de mitigar os riscos eminentes

Durante a desocupação no dia 21/11, os objetos e bens móveis lá colocados foram retirados

Ocupação

No início da tarde da última terça-feira, o Movimento conseguiu um despacho da Justiça onde foi dada a possibilidade de reocupação e assim foi feito pelo Movimento Olga Benário, que já conseguiu outras dez ocupações de espaços públicos desocupados no país. A Casa da Cultura do Guará é a 11ª ocupação que leva o nome de Ieda Salgado e pretende ser um abrigo temporário às mulheres que se encontram em situação de violência no Distrito Federal.

Vamos acompanhado as decisões judiciais sobre esta ocupação brasiliense. Os moradores do Guará estão divididos, uns contra e outros a favor, enquanto o movimento cultural da cidade dá todo apoio para ocupação do local. Mas grande parte da população continua alheia e toda esta movimentação. A quem vá no local apenas por curiosidade e outros para pegar carona no movimento.

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Quem é Zuleika Lopes

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