Por Raimundo Ribeiro
Em 05 de janeiro Zagallo nos deixou.
Alagoano de nascimento, carioca por escolha e brasileiro completo por inteiro.
Em 1958, ao lado de Zito, Didi, Pelé, garrincha e tantos outros conquistou a primeira copa do mundo para o Brasil.
Diferente dos demais que brilhavam intensamente ao tocar na bola, Zagallo era um operário, falso ponta esquerda que ajudava na marcação no meio campo.
Enquanto todos jogavam num 4-2-4, com Zagallo nossa seleção jogava no 4-3-3, e com isso era apelidado de “formiguinha”.
Em 1962 ajudou a conquistar o bicampeonato mundial.
Em 1970, aos 39 anos de idade assumiu como técnico da seleção.
A seleção já era maravilhosa num 4-2-4 montado pelo saudoso Saldanha.
Zagallo assume e faz profundas alterações na seleção, transformando o que já era excelente em perfeito.
Recua Piazza para a quarta zaga, abrindo espaço para Clodoaldo atuar como volante, efetiva Everaldo como lateral esquerdo dando consistência ao setor defensivo.
Escalou Rivelino como falso ponta esquerda, tirou Tostão de dentro da área, abrindo espaços para os demais atacantes, e efetivando o furacão no ataque construindo um esquema de 4-5-1, e com isso 4 pontas de lança inigualáveis (o rei, Rivelino, Tostão e o furacão) podiam jogar juntos.
Com isso, sob a batuta do velho lobo, o Brasil conquistou o tricampeonato mundial, trazendo a Jules Rimet em definitivo para o Brasil.
A seleção do tri é até hoje a melhor seleção de futebol de todos os tempos, e isso graças à genialidade do treinador mais novo a assumir a seleção brasileira.
Em 1994, em parceria com outro monstro sagrado que é Parreira, conquista o tetracampeonato, sendo o único ser humano do planeta a conquistar 4 campeonatos mundiais.
Simples e majestoso, humilde e destemido, atrevido e prudente, Zagallo idealizou a seleção mais perfeita que o mundo já viu, e sem querer me gabar🤣, eu tive o privilégio de ver, e certamente aquela seleção do tri seja a responsável pela paixão que temos pelo futebol.
Zagallo partiu, mas assim como Pelé, Garrincha, Cruyff, Maradona, Didi e tantos outros, os gênios não morrem pois são imortalizados pelas suas obras, e por isso serão lembrados por toda a eternidade.
Certamente todos os apaixonados pelo futebol te agradecem por ter construído a melhor e mais perfeita seleção de todos os tempos. Obrigado velho lobo.
Bora Fluzão 🇭🇺🇭🇺🇭🇺🇭🇺
Raimundo Ribeiro
Apaixonado por futebol e, naturalmente Tricolor