Brasiliense, Advogada Criminalista, Professora, Conselheira Federal da OAB e Presidente Nacional da Mulher Advogada da OAB tem pautas bem interessante voltadas para a categoria, como o combate ao assédio sexual às mulheres advogadas
- Blog da Zuleika- Cristiane, como brasiliense, acredita que todo advogado é na essência um ser político?
Cristiane: Sim. Influenciamos a sociedade quando estamos no front, na defesa do direito dos nossos clientes.
2) O que motivou sua escolha pela carreira jurídica? Tem exemplos familiares? Conte um pouco a história da Cristiane.
R: Não tenho familiares no direito. Eu escolhi o direito sem uma influência direta de alguém. Escolhi ser advogada para mudar a realidade ao meu redor. Nasci em Sobradinho/DF, estudei em escola pública, estudei no CEUB através do FIES, comia as minhas marmitas embaixo das árvores da esplanada, depois quando trabalhei no Tribunal Regional Federal almoçava biscoito com cafezinho para economizar os valores que recebia. Tive 6 empregos. Além disso 22 anos de magistério. Cheguei na vida política da OAB em 2015. Fui conselheira seccional, vice-presidente da OABDF, atualmente conselheira federal e estou como presidente da comissão nacional da mulher advogada.
3) Acredita que a advocacia, como toda profissão em que a mulher exerce, tem discriminação? Quais as soluções para esse problema?
R: Com toda certeza a discriminação ocorre no exercício da advocacia. A primeira solução que adotamos foi a paridade de gênero nas eleições da Ordem dos Advogados. Atualmente estamos fazendo um importante trabalho contra o assédio sexual e moral contra as mulheres advogadas no exercício da profissão. Porém, apesar das soluções já adotadas, precisamos avançar mais. É importante a conscientização de todos para que possamos ter mais mulheres e homens com uma mentalidade humanista no âmbito da advocacia.
4) Em relação a questão salarial. Mulheres ganham menos que os homens na carreira jurídica? Em caso positivo o que fazer para resolver essa situação?
R: Sim ganhamos menos e chegamos menos nos cargos de liderança e como sócias dos grandes escritórios. A forma de resolver essa desigualdade é ampliar as políticas institucionais, como na atual gestão que alterou o estatuto da advocacia com a criação da infração disciplinar para combater o assédio sexual e moral.
5) Quais suas pautas em relação as advogadas? E aos advogados menos favorecidos?
R: Projetos de desenvolvimento pessoal e profissional, criação de espaços de trabalho, auxílio financeiro para advogada vítima de violência doméstica, são alguns deles.
6) O que te move a Cristiane Damasceno?
R: Propósito de servir a advocacia.
7) Deixe uma frase de impacto para os advogados e advogadas.
R: Prosseguir sempre, desistir jamais.