Uma série de irregularidades graves em um condomínio comercial no Guará, Distrito Federal, culminou em uma denúncia na polícia e em uma ação judicial de R$ 446.207,38. A queixa foi apresentada pelo advogado formosense, Dr. Bruno Christy Almeida Freitas, que também é condômino no local e representa um grupo de outros proprietários lesados.
O estopim da crise foi a descoberta de um suposto esquema de desvio de água, popularmente conhecido como “gato”, que abastece as instalações da academia, que opera no local em um espaço sublocado.
As denúncias, formalizadas no processo de nº 0704949-41.2025.8.07.0014, que corre na Vara Cível do Guará, são dirigidas contra a empresa e contra o próprio Condomínio do Edifício Florida Center, por suposta omissão.

De acordo com a ação judicial, as irregularidades vão muito além do desvio de água e perduram por quase duas décadas. Confira os pontos principais da denúncia:
1. Uso Indevido de Área Comum: A Academia proprietária das salas, é acusada de utilizar indevidamente cerca de 630 m² de área comum do terraço, além dos 470 m² de área privativa, sem a devida autorização da assembleia de condôminos e sem pagar a taxa condominial correspondente pela área excedente, obtendo proveito econômico por década.
2. Alteração Ilegal da Fachada: A fachada do condomínio teria sido completamente modificada para se adequar à identidade visual da academia, também sem a aprovação unânime dos condôminos, como exige a legislação.
3. "Gato" de Água: A denúncia mais grave aponta para a descoberta de uma ligação clandestina de água. A ligação desvia o recurso diretamente da caixa d'água principal do condomínio para duas outras caixas, com capacidade total de 2.500 litros, instaladas sem autorização para servir exclusivamente aos vestiários e banheiros da academia.
A Polícia Civil do Distrito Federal foi acionada e, segundo consta no Boletim de Ocorrência nº 89.088/2025-1, registrado em 20 de maio de 2025, os agentes constataram a veracidade das informações no dia 11 de junho de 2025, sobre a ligação irregular de água no local.
Já entramos em contato com o síndico do condomínio, Sr. Ovalcir Alves Moreira, que confirmou parcialmente as alegações, mas preferiu não emitir uma nota oficial sobre o caso no momento.
Caso as acusações sejam comprovadas, os responsáveis poderão responder por uma série de crimes, incluindo furto qualificado de água, usurpação de área comum, estelionato e falsidade ideológica, além das responsabilidades cíveis que já são objeto da ação judicial milionária.