Esta etapa que acontecerá na próxima quarta-feira, 27/08, das 19 às 21 horas, será para que todos possam opinar sobre as melhorias do Plano Diretor do Transporte Urbano, etapa Guará, bem como do Plano de Mobilidade Urbana Sustentável. Serão duas revisões debatidas ao mesmo tempo. Não deixem de participar, principalmente para decidirmos sobre os trajetos que os novos zebrinhas devem contemplar.
Mas, o que é o PDTU?
O PDTU/DF é um instrumento de planejamento, que tem por objetivo definir as diretrizes e as políticas estratégicas para a gestão dos transportes urbanos no âmbito do Distrito Federal, e de apresentar proposta de gestão compartilhada para os municípios do Entorno imediato.
Fundamenta-se na articulação dos vários modos de transporte com a finalidade de atender às exigências de deslocamento da população, buscando a eficiência geral do Sistema de Transporte Público Coletivo do Distrito Federal – STPC/DF, primando pela eficiência na prestação dos serviços, mediante rede de transporte integrada que prioriza os meios coletivos e não motorizados (pedestres e ciclistas).
Começou no dia 18 de agosto a segunda fase de oficinas regionais sobre o Plano Diretor de Transporte Urbano do Distrito Federal (PDTU). O diagnóstico que revela a situação atual do transporte e da mobilidade do DF foi apresentado e debatido na segunda audiência pública sobre o plano, realizada pela Secretaria de Transporte e Mobilidade (Semob-DF) em 5 de julho. Esta fase é para debater e aprimorar o projeto.
O ponto de partida dos trabalhos será o diagnóstico, que revela grandes desafios para o setor. O documento está em sintonia com as manifestações populares e foi consolidado a partir de pesquisas de campo e sugestões apresentadas nos eventos presenciais. Nas manifestações, a população relata problemas e aponta melhorias para o transporte e a mobilidade do DF.
Eixos estruturantes
Os estudos do PDTU estão sendo realizados pela equipe técnica do Labtrans, da Universidade Federal de Santa Catarina. De acordo com a engenheira Fernanda Malon, as melhorias para o transporte público do DF vão ficar claras no projeto, quando forem detalhados os eixos estruturantes.
“O PDTU vai estabelecer todos os cenários de eixos estruturantes, onde vai ter BRT, onde vai ter VLT, onde vai ter metrô, sem necessariamente definir essas tecnologias por cada eixo, mas justamente tentando entender para onde que são os principais locais que as pessoas se deslocam no DF”, explicou a engenheira.
O diagnóstico aponta para a necessidade de mais faixas e corredores exclusivos para reduzir o tempo de viagem dos ônibus. Reafirma a importância do sistema tronco-alimentador, proposto em 2011, para otimizar as rotas e oferecer viagens mais rápidas. E reforça a necessidade de ampliar e melhorar a frota, que atualmente tem apenas 14% de veículos com ar-condicionado. O objetivo é aumentar a oferta de viagens para reduzir a lotação dos coletivos.
A melhoria do serviço de transporte passa também pela qualidade do trânsito. A engenheira Fernanda Malon explicou que a ideia é criar mecanismos para aumentar o incentivo ao transporte coletivo com a correspondente redução do uso de automóveis.
“Não é somente o incentivo ao transporte coletivo que deve ser feito, mas o desincentivo ao transporte individual motorizado. É uma estratégia de gestão de mobilidade importantíssima de ser tratada, o que no inglês eles chamam de push and pull, ou seja, você empurra o transporte individual motorizado para longe, e você tenta puxar mais, fazer com que as pessoas usem o transporte coletivo. A gente tem tratado também no sentido do desincentivo ao automóvel por meio também dos custos, pensando em estacionamento rotativo para reduzir o transporte individual motorizado, enquanto a gente prioriza o transporte coletivo”, explicou.
*Com informações da Semob-DF