Iniciativa começa por Ceilândia e valoriza talentos de pessoas com deficiência e amplia o acesso à cultura para todos
Ceilândia recebe esta semana um dos eventos mais significativos no cenário da cultura e da inclusão: o Festival Palco Inclusivo. A iniciativa nasce com a missão de garantir que pessoas com deficiência (PCDs) tenham acesso pleno às artes, tanto como artistas quanto como público, eliminando barreiras que ainda persistem em muitos espaços culturais.
O projeto é um movimento de transformação social, que aposta na diversidade como motor de inovação e no reconhecimento de talentos muitas vezes invisibilizados.

Arte sem barreiras
A proposta do Festival é ousada: reunir artistas com deficiência em apresentações de teatro, dança, circo e artes de rua, promovendo também seminários, oficinas e debates. O objetivo é claro: derrubar o capacitismo e construir uma cultura inclusiva.
Entre as ações, estão previstas a contratação de 15 artistas de rua com deficiência, muitos deles acostumados a sobreviver com apresentações em semáforos e espaços públicos. O Festival também vai dar espaço a 10 artistas de lares de idosos e a 20 grupos ou artistas PCDs de diferentes linguagens. Além disso, profissionais que atuam pela acessibilidade cultural serão reconhecidos com o Prêmio Cultura Inclusiva.
Formação e conscientização
Outro ponto de destaque é a capacitação de profissionais da cultura, por meio de oficinas e workshops, para que saibam implementar soluções acessíveis em seus projetos. A iniciativa busca criar uma rede de produtores e agentes culturais preparados para atender ao público PCD.
O Festival também aposta em ações de formação de plateia, incentivando a participação de pessoas com deficiência não apenas como público, mas também como protagonistas na cena artística.
Impacto social e cultural
Segundo o instituto organizador, a realização do Festival é um passo importante para a construção de uma sociedade mais plural e democrática. “A inclusão de artistas com deficiência valoriza a diversidade humana e ajuda a desconstruir preconceitos. Queremos mostrar que esses talentos merecem reconhecimento e visibilidade”, destaca.
Estima-se que as atividades do projeto alcancem cerca de 10 mil pessoas, entre público flutuante de eventos, oficinas, workshops e seminários.
Acessibilidade em todas as etapas
Para garantir que todos possam participar, o evento contará com uma série de recursos: audiodescrição, intérpretes de Libras, legendagem ao vivo, rampas de acesso, espaços adaptados, linguagem simples e pictogramas. Até mesmo os camarins e palcos serão adaptados.
Além disso, haverá campanhas de conscientização em redes sociais, materiais acessíveis e parcerias com instituições que atuam na defesa dos direitos das pessoas com deficiência.
Continuidade
Embora seja realizado inicialmente em Ceilândia, a proposta do Festival é circular por outras regiões administrativas. O desafio é consolidar um projeto que não se limite a um evento pontual, mas que se torne referência em acessibilidade cultural.
Festival Palco Inclusivo
Data: 21 a 27 de setembro
Local: EQNM 5/7, AE, Lote B, Ceilândia Sul
Associação Brasilia Inclusiva de Direitos Sociais – ABIDS
Realização: Instituto Sociocultural HDUN — “Humanidade Diversificada e Unida
Apoio: Ministério da Cultura