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Livro propõe um novo olhar para a criação de filhos em tempos de pressa, culpa e excesso de informação

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Distante de um guia, manual ou com regras prontas, Marina Marquez busca uma reflexão a partir de valores, exemplos e rituais em família

Chega às livrarias e plataformas digitais, em 22 de setembro, Como criar filhos leves num mundo caótico, livro da jornalista e escritora Marina Marquez. Escrito a partir de vivências reais na maternidade, o livro convida mães e pais a refletirem sobre o que é essencial na criação dos filhos — sem fórmulas prontas, sem receitas infalíveis, sem pressão ou culpa.

Com uma escrita sensível, direta e profundamente empática, Marina parte do cotidiano para abordar temas fundamentais como rotinas, disciplina, presença e valores.

Sempre com o cuidado de não ditar regras ou fórmulas mágicas, o livro oferece caminhos e reflexões. E convida à escolha consciente do que é essencial em cada casa, em cada família.

A partir de três pilares — exemplos, rituais e valores —, Marina defende uma leveza que não é ausência de peso, mas a sabedoria de escolher quais batalhas valem ser compradas ou deixadas de lado, quais valores são inegociáveis e como educar com firmeza sem sufocar o afeto ou se anular diante do maternar diário.

“Antes de ensinar nossos filhos a caminharem pelo mundo, precisamos aprender a caminhar com eles. Segurar a mão com firmeza, mas soltar aos poucos para que escrevam a própria história. Mostrar o caminho com amor e limites, para que sigam com coragem e leveza”, explica a autora.

Mais do que um guia, Como criar filhos leves num mundo caótico, publicado pela Editora Fólio Digital, é um abraço em forma de livro. Um respiro para mães cansadas, uma provocação amorosa para quem busca educar com propósito — e uma lembrança importante de que a construção de um adulto funcional começa muito antes dos boletos, das escolhas profissionais ou dos boletins escolares.

“Somos todas atravessadas por esse amor que carrega junto o peso da responsabilidade e a beleza de sermos abrigo, mesmo quando estamos exaustas. Para isso, me lembro o tempo todo que não estou criando filhos para mim. Estou criando filhos para o mundo. E o mundo precisa de adultos conscientes, respeitosos, leves e inteiros”, finaliza Marina Marquez.

O livro será lançado na Livraria Travessa do Casa Park, em Brasília, em 22 de setembro, às 19h.

O que significa, na prática, criar filhos “leves”?
Marina: Criar filhos leves é preparar crianças para se tornarem adultos capazes de viver em sociedade sem pesar o ambiente ao redor. Isso significa ensinar responsabilidade, empatia, autonomia emocional e respeito. É mostrar que eles podem sentir, errar e recomeçar, mas sempre assumindo as consequências das escolhas. Leveza, nesse sentido, não é ausência de dificuldades, mas a capacidade de lidar com elas sem transformar tudo em conflito.

No livro você fala em criar adultos funcionais. O que é um adulto funcional?
Marina: Funcional é quem consegue organizar a própria vida mesmo quando tudo parece fora do lugar. É quem entende que casa não é hotel, relacionamento não é favor. É quem não terceiriza tudo — nem a louça, nem a culpa. Um adulto funcional é quem cuida da sua parte e, vez ou outra, ainda consegue estender a mão para o outro.

Seu ponto de partida foi uma lista do que você não queria na criação de um filho. Quais itens dessa lista considera mais urgentes no mundo de hoje?
Marina: Eu não queria criar um homem que achasse que a casa se limpa sozinha, que confundisse liderança com autoritarismo ou que acreditasse que basta trabalhar fora para ser considerado um bom pai, por exemplo. Essa lista é, no fundo, um reflexo do que ainda vemos todos os dias: homens que terceirizam responsabilidades e mulheres sobrecarregadas. Então eu fui buscar caminhos para ensinar, desde cedo, que cuidado não é fraqueza e que responsabilidade nunca é de uma só pessoa e é uma regra básica urgente.

Que papel os exemplos — bons e ruins — tiveram na sua forma de educar?
Marina: Os exemplos foram meu ponto de partida. Cresci cercada de mulheres que se desdobravam para dar conta de tudo e de um pai muito mais ausente do que presente. Isso me fez refletir: o que eu queria repetir e o que eu precisava transformar. Entendi que ser exemplo não é só agir corretamente, mas agir com intenção — escolher o que eu quero de fato que seja exemplo e mostrar, repetir, ensinar.

O livro fala em três pilares: exemplo, rotinas/rituais e valores. Qual deles é o mais desafiador para você no dia a dia?
Marina: Sem dúvida, o exemplo. Porque exige da gente uma vigilância constante. Eles estão observando o tempo todo — e repetindo. Quando eu erro, quando me exalto, quando grito, eu preciso parar, reconhecer e pedir desculpas. Isso exige humildade e disposição para recomeçar sempre. Ser exemplo é também ser vulnerável e entender que está tudo bem. A forma que a gente lida com as vulnerabilidades também ensina.

Você aborda vulnerabilidade e imperfeição no livro. Por que considera importante falar sobre isso num mundo que cobra tanto das mães?
Marina: Porque a maternidade não precisa de mais gente cobrando perfeição. Ela precisa de mais verdade. Somos humanas, vamos errar, perder o controle, gritar, chorar. E está tudo bem, desde que a gente reconheça, peça desculpa e tente de novo. E se esforce para fazer diferente. Mostrar nossas falhas também é ensinar aos filhos que ninguém precisa carregar o peso de ser perfeito. Ensinamos mais com o “como” lidamos com o erro do que com a busca eterna pela perfeição.

Muitas mães vão se identificar com os relatos de noites mal dormidas, choros e cansaço. O que você gostaria que elas sentissem ao ler suas histórias?
Marina: Eu gostaria que elas se sentissem acolhidas. Que percebessem que não estão sozinhas, que todas nós já pedimos baixinho para um filho chorar menos numa madrugada difícil. Quero que elas entendam que falhar faz parte, que cansar faz parte, mas que ainda assim seguimos. O livro é um abraço para cada mãe que escolhe recomeçar a cada manhã.

Em tempos de pressa, telas e excesso de informação, como cultivar presença real com os filhos?
Marina: Presença, para mim, não é estar disponível 100% do tempo, mas estar de verdade nos momentos em que estamos juntos. Pode ser um ritual de sono, um abraço antes de dormir, um diálogo leve no fim do dia. São pequenos gestos que dizem: “eu estou aqui”. A pressa rouba muito da nossa atenção, mas a presença devolve sentido e conexão. E precisamos pensar nela de forma racional. Decidir de verdade estar presente – para além de estar fisicamente no ambiente.

zuleika

Quem é Zuleika Lopes

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