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Onde mora o perigo?

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(Crianças e adolescentes são vítimas de violências sexuais diariamente).

*Paulo Santos

Rotineiramente somos alvejados com notícias de crianças e adolescentes que são vítimas de algum tipo de violência sexual. Essas informações trazem um contexto assustador da maldade humana na prática, onde presenciamos inúmeras violências que acabam com o futuro dos inocentes.

O artigo 4º do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) é categórico ao afirmar que compete a família, a comunidade, a sociedade em geral e ao poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos inerentes às crianças e aos adolescentes, ou seja, é nosso dever proteger a infância das crianças e adolescentes.

Esse tema, que sempre volta à tona, é divulgado nas revistas, jornais, redes sociais e aplicativos de mensagens, mas ainda precisa de uma atenção especial da sociedade e principalmente do poder público no combate a essas violações de direito.

Quando uma criança ou adolescente é vítima de qualquer violência sexual ela perde a sua infância, sua essência, a sua pureza, a sua identidade, ou seja, os reflexos das violações são aniquiladores.

O desenvolvimento psicológico delas é abalado, comprometido e passam a viver com traumas irreversíveis, que na maioria das vezes, os acompanham até o final da vida.

No Brasil, existem legislações e políticas públicas de proteção à infância, porém, muitos pequeninos ainda são alvos de pessoas inescrupulosas.

Como proteger a infância de nossas crianças e adolescentes? Como resguardar os direitos inerentes a elas?

É uma tarefa difícil e que exige um grande empenho da sociedade, principalmente na luta pela efetivação dos direitos e garantias inerentes a eles.

A sociedade precisa acordar para esse grande problema que assombra, aterroriza e sufoca os pequeninos.

Essa atuação em defesa deles deve ocorrer de forma sistemática, diária e em todos os ambientes que elas convivem.

Em 2018, foi registrado no Brasil, ao menos, 32 mil casos de abuso sexuais, sendo o maior número já apontado no Ministério da Saúde. Fonte: http://crianca.mppr.mp.br/2020/03/231/ESTATISTICAS-Tres-criancas-ou-adolescentes-sao-abusadas-sexualmente-no-Brasil-a-cada-hora.html) Esse dado é ameaçador e muito preocupante, pois a cada hora, em média, quatro crianças são vítimas de algum tipo de violência sexual no Brasil.

Infelizmente, por muitas vezes, o perigo mora dentro de casa ou bem perto dela. Na maioria dos casos que envolvem violências sexuais perpetradas contra crianças e adolescentes os violadores são os próprios membros da família: pais, mães, padrastos, tios, primos, avós, etc.

Ocorrem, também, violências sexuais dentro de instituições de ensino, entidades religiosas e praticadas ainda por vizinhos ou pessoas bem próximas das crianças.

É muito triste e inquietante o fato da criança e do adolescente não estarem seguras dentro do próprio seio da família, em sua vizinhança e em sua escola.

No ano de 2019, na Região Administrativa do Guará Distrito Federal, um catequista de 47 anos, a época, foi acusado de estupro de vulnerável praticado contra várias crianças entre 04 (quatro) a 10 (dez) anos.

Só nos sete primeiros meses de 2020, o Distrito Federal já registrou quase 200 casos de estupros praticados contra crianças e adolescentes. Porém, em muitas situações o registro desse tipo de violação não chega ao conhecimento do poder público.

Devemos ficar atentos e vigilantes constantemente, pois conteúdos pornográficos são produzidos a todo o momento e disponibilizados sem nenhum controle nas redes sociais. Valores exorbitantes são pagos por conteúdo pornográfico que envolva sexo com crianças e adolescentes.

Podemos dizer que alguns seres humanos estão doentes e é um risco para a sociedade, sendo as crianças e os adolescentes as grandes vítimas desses estupradores, pedófilos.

É o momento de exigirmos do poder público penas mais severas e, principalmente, uma atuação mais contundente.

Faz-se necessário o fortalecimento dos órgãos do Sistema de Garantia de Direitos. Não é novidade para a sociedade que muitos Conselhos Tutelares espalhados pelo Brasil estão sucateados.

O momento é desafiador e exige uma ação conjunta da sociedade e das autoridades competentes para enfrentarmos com muita eficiência esses criminosos que destroem vidas, sonhos e a infância da nossa juventude.

Paulo Santos é Conselheiro Tutelar no guará e funcionário da Secretaria de Educação do DF
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Quem é Zuleika Lopes

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1 COMENTÁRIO

  1. Parabéns Paulo, ótimo texto, infelizmente este mundo está cruel para os nossos pequenos, precisamos estar atentos e proteger esses seres tão frágeis!!!

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