As incertezas sobre o Exame Nacional de Ensino Médio-Enem, com a decretação da pandemia da Covid-19, em março de 2020, não foram suficientes para parar os estudos de Isabela Alves Saraiva de Sousa, que aos 21 anos foi uma dos 28 alunos de todo o país, que tiraram a nota máxima da redação do Enem 2020 entre mais de 2,7 milhões de concorrentes, sendo que no Distrito Federal, apenas mais uma jovem conseguiu este feito. Enquanto muitos alunos brasileiros e brasilienses desanimaram com os estudos via plataforma online, Isabela teve em seus pais, a força e o incentivo para continuar a batalha de muitas lutas que existem para se adentrar no Ensino Superior brasileiro.
Isabela, bela como o nome, quer cursar medicina e para tal intento não mediu esforços. Olhem o DNA dos pais: Solange Alves Braga, a mãe, é pedagoga e orientadora educacional da Rede Pública de Ensino do DF; seu pai, Denis Andrelinde de Sousa é bancário e administrador de empresas. Todos moradores do Guará, residentes atualmente na QE34 do Guará II e convivem desde sempre na nossa comunidade.
Por querer cursar medicina, Isabela bateu na trave algumas vezes e viu que precisava se dedicar ainda mais. Não faltou o incentivo da irmã Denise, que hoje cursa medicina em uma Universidade de Buenos Aires. Sua mãe Solange nunca a deixou desanimar e a ajudou na elaboração dos planos de estudo. Fundamental na virada de vida da Isabela, rumo ao pódio foi a assertiva decisão de se matricular no cursinho Reciclagem, localizado na Asa Sul. O Ensino Médio ela cursou no Colégio Militar Dom Pedro, que é gerido pela corporação dos bombeiros do DF.
Com professores dinâmicos e dedicados, Isabela fez do limão do isolamento social que parou as aulas presenciais, uma limonada com muita perseverança de sua parte e de seus professores de redação e de português. Foram dias, noites e madrugadas, online e tirando dúvidas com seus professores. Na opinião da mãe, também professora, um mestre faz a diferença na vida de um aluno. “Temos uma sistema educacional brasileiro, que por vezes, tolhe grandes talentos simplesmente pelo aluno se sentir incapaz de passar num vestibular. Quantos engenheiros, quantos médicos, quantos advogados deixam de exercer sua profissão, para a qual tem o dom, por falta de incentivo e oportunidades. Viemos ao mundo para cuidar do outro”, disse a professora.