Sonho de dez entre dez adolescentes do Brasil, o ator Gabriel Santana, o “Mosca” da novela Chiquititas está bem pertinho de nós desde o início da semana. Mais precisamente na QE38 do Guará II, onde acontecem as cenas do filme sobre a vida do rapper Hungria, considerado hoje o maior do país no gênero. A produção em tempos de pandemia é da Cayac Produções, empresa brasiliense, que tem como produtor o jovem Bruno Yamaguchi, conhecido no meio cinematográfico pela excelência dos filmes que produz.
O Blog da Zuleika teve acesso ao local das gravações. Foi escolhida uma casa onde está sendo possível retratar de forma verídica a infância do cantor Hungria, que nasceu em Brasília, mas morou grande parte de sua vida na Cidade Ocidental. As cenas são apenas internas. ou seja, para conseguir ver o “Mosca”, os fãs podem ter que esperar um bom tempo, mas quem ficar por ali, pode vê-lo até na tenda de maquiagem. Livre, leve, solto e de máscara na QE38. As gravações acontecem sempre a partir das 19 horas, e hoje é folga da equipe. Então, a partir de amanhã, e as cenas serão filmadas até neste domingo, no Guará.
Perguntei ao Bruno Yamaguchi o porquê do Guará para as locações. “A casa nos atendeu muito bem para as expectativas que tínhamos. O Guará é um local central no Distrito Federal e dá para fazer o deslocamento da equipe de produção, atores e figurantes de forma rápida. Estamos em total segurança aqui. A vizinhança colabora de boa com nossa equipe, porque precisamos fechar algumas ruas. Já estamos na segunda semana de gravações e ainda temos mais duas no DF“, esclarece o produtor.
“Queremos fazer um filme com muita emoção. Levar o sonho de um menino que criou-se em uma periferia e hoje mora no Lago Sul. Esta é uma grande oportunidade, em um momento que o público do Hungria está sedento de eventos musicais presenciais. Atrair mais fãs e dar visibilidade a sua trajetória de vida e música. Trazer uma proximidade maior do público com seu ídolo. Mostrar que é possível acreditar num sonho e realizá-lo”, declarou Yamaguchi.
O Blog da Zuleika argumentou sobre a pandemia da Covid-19 e os protocoles de segurança no set de filmagens. “Temos a parceria do JK Laboratório que faz a testagem de toda a equipe de filmagem e produção a cada 10 dias. Fora do set estamos praticamente isolados. Temos o máximo de cuidado para não comprometer um trabalho que é em equipe. Temos um excelente diretor que é o Izaque Cavalcante. Ou seja, estamos com previsões muito otimistas. O filme não tem distribuição definida, ainda iremos definir se iremos exibir nas telonas de cinema ou serviços de streaming . Mas garantimos a data. Em 2022 os fã irão se arrepiar com a história que estamos contando”, finaliza o cineasta.
Da periferia
Hungria nasceu em Ceilândia, no Distrito Federal. Filho de uma ex-empregada doméstica, e de um funcionário publico, Hungria concluiu o ensino médio e chegou a iniciar um curso superior, porém trancou devido a faltas, pois estava dedicando seu tempo à carreira musical.[7] Na época em que estudou o ensino médio, Hungria trabalhou de garçom em um restaurante ao lado da escola em que estudava, e muitas vezes teve de servir prato para seus colegas de sala.[8] Como a música ainda não lhe dava retorno financeiro suficiente, sua mãe reprovava a idéia, e o queria dedicando-se aos estudos e que buscasse um emprego formal.[8][7]
Hungria ficou conhecido nacionalmente pelo seu primeiro single, “Bens Materiais”, considerado como um dos maiores clássicos do Hip Hop Brasiliense, mas só alcançou sucesso fora do território nacional com as músicas “Dubai”, “Lembranças“, “Coração de Aço”, “Beijo Com Trap”, “Chovendo Inimigo”, “Não Troco”, “Quebra-Cabeça“, “Um Pedido“, e “Insônia“, com cada uma delas ultrapassando a marca de 100 milhões de acessos na Internet. Atualmente, seu maior hit, “Lembranças“, possui mais de 300 milhões de acessos no YouTube e tornou-se trilha sonora de Malhação: Viva a Diferença. Hungria possui três álbuns de estúdio, um EP ─ com seu mais recente álbum, Meu Carona, com mais de 50 mil unidades vendidas ─ e já foi certificado três vezes com single de platina pela canção “Eu Vou Te Buscar (Cha La La La La)“, co
Além da reprovação da sua mãe, Hungria enfrentou diversos preconceitos dentro da cultura hip hop, por ter que no início abordar temas como ostentação, consumismo e carros.[9] Mesmo sendo visivelmente mestiço e filho de uma mulher negra, era chamado de “branco” pelos mais tradicionalistas do rap por ter a pele mais clara, que o julgava roubar o espaço dos negros para pregar o capitalismo.[7][8] Hungria costuma sempre abordar em suas entrevistas que o rap é negro, e os brancos que nele estão não devem esquecer disto, porém que há espaço para todos, e que a liberdade de expressão tanto defendida no rap também não pode ser esquecida.[8][7][10][11]
Antes de ter algum reconhecimento significante, Hungria já foi pago por shows com almoço, cerveja, e muitas vezes até se recusavam a lhe pagar. Em 2019 durante uma entrevista, seu empresário Eduardo Bastos revelou que Hungria já chegou a cozinhar macarrão instantâneo com água quente do chuveiro, porque não tinha gás e comida em uma época em que não era pago pelos seus shows.[8][7]
*Com informações da Wikipédia