O pedestre e ciclista também fazem parte do trânsito. O que o órgão tem feito para que eles sigam condutas?
Nas nossas campanhas, também chamamos atenção da responsabilidade do mais frágil. Se você está no semáforo, dentro do seu carro, e o pedestre continua atravessando a faixa mesmo ficando vermelho para ele, você não está autorizado a atropelá-lo porque ele está errado. O ciclista tem a obrigação de transitar no sentido da via. Muitos pensam que trafegar no sentido inverso no pressuposto de que, vendo o carro, conseguem se defender, mas é um equívoco.
O pedestre também. A regra básica é dar o sinal de vida, mas não é porque ele fez isso que já pode passar. Tem que esperar os carros pararem. Há casos em que o veículo está muito perto da faixa e não pode parar naquele momento porque pode prejudicar quem vem atrás. Outro detalhe importante: a travessia de ciclistas na faixa de pedestre tem que ser desmontada, porque a bicicleta é um veículo. Se ele não fizer isso, coloca em risco o pedestre.
Inserimos nas nossas provas teóricas questões que envolvem ciclistas. Quando você traz um tema sensível como esse, obriga o cidadão a refletir. Antes, você tinha aulas teóricas e práticas sem saber que eles faziam parte do trânsito. A ideia é colocar o ciclista na prova prática também para que os motoristas percebam que essas pessoas estão perto. Uma coisa é você ler que precisa guardar uma distância de um metro e meio. Outra é ver isso na prática. É uma forma de colocar no dia a dia um debate fundamental, que nunca foi pensado em nenhum Detran do Brasil. Ainda há mortes no trânsito de ciclistas porque motoristas não têm consciência e não entendem o porquê de o ciclista estar ali. Acham que está invadindo o espaço dele.

Quais são as próximas campanhas educativas?
Vamos fazer uma sobre o uso do celular, que também é muito preocupante. Essa situação é tão grave quanto a ingestão de bebida alcoólica enquanto se dirige um veículo. Estamos percebendo que há pessoas que jamais beberiam e dirigiriam, mas usam o celular junto ao volante. Botaram na cabeça que teclar é um mal menor, que é uma necessidade. Quando você entrar no seu carro e pegar no volante, coloque o seu celular no modo avião. São muitos acidentes graves com relação a isso.
Qual a maior mudança promovida na atual gestão do Detran?
Em março do ano passado, quando assumimos a gestão, lançamos um projeto de inovação, educação e humanização. Durante esse percurso, percebemos outro elemento importante: a redução de custos. Entregamos o Detran para a população. Pensamos primeiro na sociedade. Digitalizamos os serviços e já temos mais de 600 mil usuários cadastrados no nosso aplicativo, o Detran Digital. Antes, eles gastavam seis horas para resolver questões. Já hoje, se resolve pelo celular.
- Leia a entrevista completa no site da Agência Brasília