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Os policiais militares do GTM 45 impediram um homem de 31 anos de se jogar da passarela na quadra 14 do SMPW, via EPIA, as 18h45 de sexta-feira (02)
Durante o patrulhamento, os militares avistaram o homem sobre a passarela, fazendo movimentos indicativos de que pretendia se jogar. Ao iniciar um contato verbal a certa distância, o CB Albuquerque pediu calma a todo momento, enfatizando que essa não seria a solução para seus problemas, nem a única saída.
O indivíduo ameaçou por diversas vezes tirar a própria vida. Com paciência e uma conversa prolongada, a equipe se aproximou aos poucos da vítima, após cerca de 10 minutos de diálogo à distância, pois ele ameaçava se jogar se alguém se aproximasse. A equipe conseguiu convencê-lo a retornar para a parte interna da passarela.
O homem foi encaminhado para baixo da passarela, onde recebeu alimentação, pois estava fora de casa e havia passado quatro dias sem comer. Posteriormente, ele foi conduzido ao Hospital São Vicente de Paulo em Taguatinga por uma viatura dos Bombeiros.
Centro de Valorização da Vida
Lidar com o fenômeno do suicídio e com a prevenção envolve aprender sobre a história de vida da pessoa. A ideação suicida é como se fosse uma mensagem, um alarme. “Se simplesmente tentamos desligar esse alarme, sem identificar onde está o fogo e o que ele sinaliza, a possibilidade de mudança é baixa. Portanto, precisamos identificar esse alarme e o que ele está dizendo para abrir o caminho. Só assim a pessoa que está em sofrimento conseguirá identificar que este alarme está sinalizando uma necessidade de mudança”, explica o terapeuta americano Will Hall.
O ato da escuta deve ocorrer de forma profunda, com a compreensão da situação e do sentimento que a pessoa está vivendo. “Quando um jovem está falando que está com sentimentos suicidas e eu pergunto o que está acontecendo, ele pode me responder ‘é porque minha namorada terminou comigo’ e é quando eu vou escutar profundamente para ‘e o que ela terminar com você traz pra você?’ que ele vai poder dizer por exemplo, ‘ela foi a primeira pessoa que eu confiei todos os meus segredos e é isso que eu perdi nessa relação agora’ e então ai eu consigo fazer sentido desse sentimento suicida e entender o motivo desse comportamento presente nesse momento na vida desse jovem.”
Um dos caminhos para o apoio é ajudar a pessoa a ter menos isolamento e mais esperança na possibilidade de mudança e também reassumir o controle sobre isso. “A partir daí, não podemos consertar, não podemos mudar, o que a gente pode fazer é unicamente escutar e ajudar com essa esperança. Se fizermos isso, teremos cumprido com o nosso trabalho”, afirma Will Hall. Ele lembra que não existem dados como idade ou gênero, por exemplo, que possam prever quem será a pessoa que vai se matar, logo é importante sempre fazer o melhor possível.
Ao lembrar a própria história, Wil Hall, que diz ser sobrevivente do suicídio, diz que um dos maiores erros é forçar a pessoa após um sentimento suicida a, por exemplo, uma internação hospitalar.
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*Com informações da PMDF e Centro de Valorização da Vida