Encantar. Essa é a proposta do Encantarias – Nutrindo o nosso imaginário, exposição de folguedos da cultura popular que comemora o primeiro ano de atividades na Casa do Cantador, em Ceilândia-DF, onde tudo começou. O evento tem início no dia 16 e segue até 18 de outubro. Quem prestigiar as mediações, vai ser recebido por Mateus e Catirina, personagens do imaginário popular brasileiro.
A dupla guia os visitantes, explicando cada folguedo de forma cênica e interativa, por meio de um roteiro poético, ao som de música ao vivo. As atividades são gratuitas e abertas ao público de 9h às 18h da e também receberão nove turmas da Rede Pública de Ensino do DF. O projeto conta com o apoio da Lei Paulo Gustavo-DF.
A exposição apresenta visualidades como figurinos, instrumentos, bonecos, e máscaras, da Folia do Divino, do Cavalo Marinho, do Maracatu Rural, do Mamulengo e do Bumba-Meu-Boi do Maranhão, em curadoria feita pelas pesquisadoras e idealizadoras do projeto, Laura Dorneles e Letícia Coralina, diretoras gerais e artísticas do Encantarias. São peças únicas assinadas por artesãos famosos como Mestre Martelo, de Condado/PE, o brincador de Mateus mais antigo, com 88 anos de idade.
A programação também conta com oficinas de dança e música popular e com a Roda de Conversa ‘Além do cravo, a rosa’, com as mestras Martinha do Coco e Tamá Freire (do Boi do Seu Teodoro). Com o objetivo de destacar a participação das mulheres nos folguedos, as rodas são abertas ao público e não precisam de inscrição prévia.
Cada item foi pensado de forma a contextualizar o passeio lúdico e sensorial pela cultura popular. Por isso, provocar sensações variadas no público é um dos objetivos do Encantarias e vem daí a oferta de rapadura e do doce de marmelo, iguaria famosa produzida no Quilombo Mesquita, localizado no Entorno do DF.
Itinerância – Após a estreia na Casa do Cantador, em 2023, Encantarias passou pelo Museu Nacional da República, em 2024 e, um ano depois, volta às origens. “É como se fosse voltar para casa, nos passa um sentimento de ninho. A Casa do Cantador celebra os repentistas, a cultura nordestina e foi lá, pensando no público da cidade, que começamos”, diz Laura Dorneles.
Laura e Letícia são apaixonadas e estudiosas da cultura popular e montaram o Encantarias também pensando na representatividade das mulheres, simbolizada pelo título da roda de conversa, ‘Além do cravo, a rosa’. “Para trazer essa referência de que além dos homens, as mulheres. Além das masculinidades, as feminilidades, presentes neste vasto universo”, explica Letícia.
Afinidade – Os folguedos apresentados no Encantarias foram escolhidos com base nas afinidades de cada uma. “Eu já tinha uma relação com o cavalo marinho, com o maracatu rural, a família da Laura tem relação com a Folia. A pesquisa de Laura segue mais para o lado das artes visuais e da música. E a minhas, mais para as corporeidades, dança, teatro. Então, a gente foi unindo as nossas forças entendendo que a cultura popular também não se divide tanto em categorias artísticas, é muito grande e abrangente”, completa.
“Essa instalação é um espaço para estimular a imaginação, conhecer ou reencontrar. Não é uma tradução, nem tem a intenção de ser um encaixotamento, tão pouco um resumo da cultura popular. Não há promessas feitas, mas uma oferenda à memória de quem se permitir encantar”, resume Laura.
Encantarias
Quando: 16, 17 e 18 de outubro
Onde: Casa do Cantador
Hora: 9h às 18h
Mediação: 10h, 14h e 16h todos os dias
Oficinas: Dia 17 às 15h
Roda de conversa com as mestras Martinha do Coco e Tamá Freire: Dia 18 às 17h
Entrada: Gratuita
Para acompanhar a programação
https://www.instagram.com/plataformaencantarias