Por Felipe Bayma
Nos últimos anos, a discussão sobre o fortalecimento das economias locais tem ganhado destaque, principalmente diante dos desafios enfrentados pelos pequenos e médios empreendedores. Essas empresas, muitas vezes familiares, são a espinha dorsal das comunidades e representam muito mais do que pontos comerciais: elas promovem empregos, geram renda e fortalecem os laços entre os moradores do bairro.
Neste artigo, defendemos que consumir localmente, priorizando os pequenos e médios empreendedores, é uma prática que beneficia não apenas o empresário, mas toda a comunidade. A seguir, exploramos os principais motivos para adotar essa postura.
Fomento à economia local
Ao consumir de pequenos e médios empreendedores do bairro, o dinheiro permanece na comunidade. Isso cria um ciclo econômico positivo:
O empresário local utiliza a renda para pagar fornecedores, funcionários e impostos. Os funcionários, por sua vez, gastam seus salários no comércio local.
Esse movimento aumenta a circulação de recursos na região, promovendo o desenvolvimento do bairro como um todo.
Em contrapartida, quando o consumo se concentra em grandes redes, parte significativa do dinheiro é direcionada para outras regiões ou países, reduzindo os impactos diretos na economia local.
Geração de emprego e oportunidades
Os pequenos negócios são responsáveis por uma grande parcela dos empregos no Brasil. De acordo com dados do Sebrae, as micro e pequenas empresas correspondem a mais de 50% dos empregos formais no país.
Apoiar os empreendedores locais significa garantir a sobrevivência dessas empresas e, consequentemente, a manutenção de empregos para pessoas da própria comunidade. Além disso, essas empresas muitas vezes oferecem as primeiras oportunidades de trabalho para jovens e iniciantes no mercado, contribuindo para a formação profissional.
Fortalecimento das relações comunitárias
Consumir de um empreendedor do bairro vai além da transação comercial: é sobre criar laços. O relacionamento direto com o dono do negócio ou com os funcionários promove um senso de comunidade e confiança mútua.
Apoio mútuo: Em tempos de crise, os pequenos negócios são mais inclinados a ajudar a comunidade, seja com doações, eventos ou campanhas solidárias.
Personalização do atendimento: Por estarem próximos dos moradores, esses empreendedores conhecem as necessidades específicas da região e oferecem produtos ou serviços adaptados a ela.
Preservação da identidade local
Os pequenos e médios empreendedores são guardiões da cultura e da identidade do bairro. Eles refletem as tradições, os gostos e a história da comunidade, seja por meio de receitas familiares em um restaurante, seja pelo atendimento próximo e amigável.
Ao valorizar esses negócios, garantimos que o bairro mantenha suas características únicas, em vez de ser dominado por grandes redes que oferecem produtos e serviços padronizados.
Sustentabilidade
Pequenos negócios locais tendem a ser mais sustentáveis do que grandes corporações. Eles costumam adquirir produtos de fornecedores próximos, reduzindo o impacto ambiental relacionado ao transporte e à logística.
Além disso, ao consumir localmente, evitamos deslocamentos longos, contribuindo para a redução da emissão de gases poluentes.
Combate às desigualdades
Fortalecer pequenos e médios empreendedores é uma forma de combater as desigualdades sociais. Muitas dessas empresas são geridas por famílias ou indivíduos que encontram no empreendedorismo a única alternativa para sustentar seus lares.
O sucesso de um pequeno negócio pode transformar a vida de uma família e até mesmo inspirar outros moradores a iniciarem seus próprios empreendimentos.
Como apoiar os empreendedores locais
Para quem deseja começar a apoiar os negócios do bairro, aqui estão algumas dicas práticas:
Priorize o comércio local: Sempre que possível, compre de mercadinhos, farmácias, padarias e outros comércios da sua região.
Divulgue: Recomende os produtos ou serviços desses empreendedores para amigos e familiares.
Valorize o trabalho deles: Evite comparar preços com grandes redes. Pequenos negócios enfrentam custos diferentes e muitas vezes oferecem produtos mais personalizados e de qualidade superior.
Conclusão
Apoiar os pequenos e médios empreendedores do bairro não é apenas uma escolha econômica, mas também um ato de cidadania e solidariedade. Essas empresas são pilares das comunidades, contribuindo para o desenvolvimento local, a geração de empregos e a preservação da identidade cultural.
Portanto, na próxima vez que você precisar de algo, pense duas vezes antes de recorrer a grandes redes ou plataformas digitais. Olhe ao redor, valorize quem está próximo e contribua para o fortalecimento da sua própria comunidade. Juntos, podemos transformar o local onde vivemos em um espaço mais próspero, conectado e humano.
Dr. Felipe Bayma é advogado, com forte atuação na defesa da regularização fundiária, dos condomínios e das empresas de engenharia/arquitetura e incorporação; Diretor da Coordenadoria de Recursos do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (2009/2010); Possui a formação como Mediador Judicial (2012/2013); Membro da Comissão de Processo Legislativo e Políticas Públicas da OAB/GO (2013/2015); Exerceu cargo de Conselheiro do CTCS/DF – Conselho de Transparência e Controle Social do DF; Conselheiro Titular da OAB/DF durante três gestões 2013/2015, 2016/2018 e 2019/2021, sendo ainda Membro do Tribunal de Ética e Disciplina da OAB/DF; Membro da Comissão de Direito Ambiental e Regularização Fundiária (2018); Membro da Comissão de Fiscalização dos Atos da AGEFIS (2018); Membro da Comissão de Direito Imobiliário e Urbanístico (2018); Integrante do Grupo de Trabalho de análise da MP 759/2016, que foi a Medida Provisória que se transformou na Lei 13.465/17 (Lei da Regularização Fundiária); Presidente da Comissão Nacional de Assuntos Legislativos da Associação Brasileira de Advogados (2018); Membro do IADF – Instituto de Advogados do Distrito Federal; Membro da Federação Nacional dos Institutos dos Advogados; Membro do Instituto Brasileiro de Direito Imobiliário; Conselheiro no Conselho de Políticas Públicas Rurais do DF; Vice-presidente da Comissão de Regularização Fundiária do Conselho Federal da OAB.
Contatos:
Instagram: @bayma_advocacia / felipebayma.df
E-mail: bayma@bayma.adv.br