O quão é importante a mulher saber ler e escrever. Bilhetes escritos às pressas e muitas vezes com erros de português tem salvado vidas país a fora. Oprimidas e desesperadas dentro de seus lares, mulheres se enchem de coragem e escrevem em busca de uma liberdade que parece que nunca vem. E o melhor destas histórias escritas em pequenos pedaços de papéis, é o resultado da população que passou a acreditar e a desempenhar um papel fundamental na preservação de vidas de mulheres e crianças. Quem recebe os bilhetes passa para a frente e aciona a ajuda.
Sempre penso que ao escrever sobre violência doméstica alcanço poucas pessoas. Quase ninguém se manifesta nas redes sociais ou nos grupo de zap. mas, aos poucos, as mensagens chegam. Talvez, tempos atrás, se um bilhete de socorro chegasse às mãos de um homem, certamente seria rasgado. Mas o que se vê é um trabalho de formiguinha feito por entidades como o Instituto Feminicídio Não, de conscientização masculina. Sim, porque o homem precisa ser tratado e cuidado desde a infância para não reproduzir na fase adulta os modelos de agressividade e machismo dos pais.
Esta semana, o bilhete de socorro foi entregue em uma agência bancária de Sobradinho no Distrito Federal. A mulher foi resgatada e encaminhada à Casa Abrigo mantida pelo GDF, através da Secretaria da Mulher, juntamente com seus dois filhos. No mês passado, um bilhete foi entregue em uma escola pública no interior de São Paulo. Em ambos os casos, o agressor estava do lado de fora. Ou seja, as acompanhavam em todos os lugares para não dar chance da vítima escapar ou pedir ajuda. Então, vamos formar uma corrente para ensinar às mulheres que ainda não sabem ler ou escrever. Podem procurar que devem existir muitas ainda. Uma lição de cidadania para todos nós!