No Guará, existem pessoas que são referência em quase tudo. Celeiro de jornalistas, a cidade tem um chamariz para a área cultural desde que foi fundada. Nos anos 90, o artista plástico e carnavalesco Lia Samara fez sucesso na então recém fundada Casa da Cultura do Guará e no cenário de Brasília como carnavalesco das Escolas de Sambas. Eram “Anos Dourados”, com a nossa professora Sonia Dourado comandando a área cultural com muito afinco e dedicação. Foram ideias dele o Miss Piscina Guará mirim e adulta, Miss Guará e Mister Guará. Montou a primeira exposição de artes no saguão da Administração do Guará, na gestão do professor Brandes, primeiro administrador da cidade. E começou a lecionar aulas de dança moderna, clássica e folclóricas nas academias da cidade.
Tivemos a oportunidade de encontrar no mês de fevereiro de 2021 com Lia Samara, na sede do Banco do Brasil. Foi como se o tempo não tivesse passado mais de duas décadas. Então, optei por fazer umas perguntas a ele como está sua vida, pois não temos Carnaval com escolas de samba há mais ou menos 4 anos. Pois, acreditem, ele se reinventou e está mais do que nunca cheio de trabalhos artísticos por toda Brasília. Realmente um artista com uma veia extraordinária cultural.
Coreógrafo ,cenógrafo, professor de moda e manequim, registro de diretor de teatro, de ator, aderecista, figurinista e carnavalesco, Lia Samara merece o adjetivo de extraordinário, aos 66 anos e desde os 15 anos na área cultural, que teve início no estado do Pará, local de seu nascimento.
Teatro, dança, música e shows badalavam a cidade de segunda a segunda na Casa da Cultura e até uma ópera foi montada no teatro de Arena intitulada “Navio Negreiro”. Eu e Sonia Dourado éramos parceiros em tudo, até um circo montamos em frente a casa da cultura e fazíamos espetáculos para crianças.. Para quem não sabe, aquele espaço era um restaurante que se transformou em um celeiro cultural. Era show todo santo dia”, relembra Samara.
O carnavalesco, apaixonado pela Acadêmicos da Asa Norte, tem o título de tricampeão pela escola. Saiu do Guará nos anos 2000 e hoje mora em Vicente Pires. “Uma pena que mataram o carnaval de Brasília. Como o bloco de frevo Vassourinhas, da D. Gilma, que ensaiava na QE 04 do Guará I”, diz saudoso o carnavalesco.
Já fez várias roupas de concursos de miss que foram campeãs. “Sou aquele artista que gosta de ficar nos bastidores. Prefiro fazer e deixar as pessoas apreciarem. Atualmente sou especialista em decorações de Escolas Maçônicas. A loja Grande Oriente do Distrito Federal completa 50 anos em 2021 e a nova decoração é um presente para os maçons”, revelou Samara.
Não vamos nos alongar porque a história é longa e a paciência dos leitores é bem curta. Mas vale pelo registro histórico de nossos personagens guaraenses, que fazem parte da história não escrita ou contada, pois nossa cidade não tem um museu. Alias, criar três museus são projetos de Lia Samara, assim que terminar esta pandemia. Tomare que sobre um para nosso Guará.