Policiais da 38ª DP deflagraram a operação PERSEGUIDORES, na última terça-feira, 8/6, e prenderam em flagrante um homem de 43 anos pelo crime de perseguição contumaz, fato perpetrado contra a sua namorada, uma mulher de 44 anos e moradora de Vicente Pires.
Os fatos chegaram ao conhecimento da delegacia horas antes da prisão do autor, quando a vítima relatou que, durante cerca de um ano e meio de relacionamento amoroso, havia experimentado atos de violência física, psicológica, patrimonial e moral por parte do autor e que, apenas neste final de semana, após ter sofrido as últimas agressões físicas e ameaças de morte por parte do autor, contou tudo que estava passando aos seus familiares, tendo eles a convencido a registrar a ocorrência policial e a requerer medidas protetivas contra o mesmo.
Em detalhado depoimento, a vítima contou e comprovou (através de mensagens de texto, áudios e registro de ligações) os atos de violência experimentados, tendo relatado que as violências morais se iniciaram após o primeiro mês de namoro, quando o autor, demonstrando toda sua agressividade e possessividade, a injuriou de diversos adjetivos negativos ao saber que a vítima havia ido jantar com colegas de trabalho durante uma viagem para São Paulo. Conforme relatado pela vítima, o autor, durante tal viagem, teria a obrigado a lhe enviar selfies para mostrar as roupas que ela iria usar nas reuniões e fotografar a colega com quem estava dividindo quarto e as pessoas com quem estava jantando.
Ainda no primeiro mês de namoro, segundo informado pela vítima, o autor teria lhe convencido a fazer um empréstimo no valor de R$ 36.000,00 (trinta e seis mil reais) para ele fazer um tratamento de saúde.
No mês seguinte, o autor a convenceu a realizar um novo empréstimo bancário, no valor de R$ 65.000,00 (sessenta e cinco mil reais) para custear parte de seu tratamento médico e parte para eles formarem uma sociedade comercial, voltada para a aquisição de veículos automotores para fins de locação para motoristas de transporte público individual por meio de aplicativo
No terceiro mês de namoro, o autor convenceu a vítima a financiar três veículos zero quilômetros em seu nome
O autor ainda convenceu a vítima a trocar seu antigo veículo por um dos veículos financiados, tendo vendido o veículo anterior pelo valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reais), porém tal quantia nunca foi repassada pela vítima.
A vítima relatou que o autor queria sempre saber onde ela estava e tinha o costume de lhe ligar várias vezes por dia por chamada de vídeo para ver se ela estava falando a verdade e se estava com outras pessoas,
A vítima relatou que foi agredida fisicamente pelo autor em 4 oportunidades. Em todas, o autor a segurou pelos cabelos e a jogou com força ao chão, tendo a primeira agressão física ocorrido no quinto mês de namoro.
Que s após as agressões o autor pedia perdão e dizia que iria fazer tratamento, se medicar e que ele ficava muito agressivo por, supostamente, ter um tumor em seu cérebro.
Segundo a vítima, a segunda agressão ocorreu na véspera de seu aniversário, no sétimo mês de namoro, quando então decidiu terminar o relacionamento, dada a agressividade, ciúmes e a possessividade do autor, fatos que teriam a afastado de seus familiares e de seus amigos e que estariam fazendo com que ela desenvolvesse sentimentos de depressão.
No final de novembro, após muita insistência do autor, a vítima retomou o relacionamento, com a intenção principal de resolver as pendências financeiras entre ambos.
Em dezembro, a vítima descobriu que o autor estava usando um localizador instalado em seu carro para monitorar os seus movimentos. Tal localizador foi encontrado por um mecânico, após a vítima suspeitar do monitoramento, pois o autor sempre a questionava quando ela saia de carro sem lhe informar.
A terceira agressão física ocorreu em março de 2021, quando o autor, após uma discussão, além de segurar a vítima pelos cabelos e a jogar ao chão, ele pressionou um joelho contra o tórax da vítima e, no mesmo momento, mordeu seu rosto.
A quarta e última agressão ocorreu neste último domingo (06/06/2021), após o autor ter ficado irritado pelo fato da vítima ter feito um churrasco em sua casa na noite de sábado com seu irmão, sua cunhada e um casal de amigos. Na ocasião, após ter atendido algumas ligações de vídeo do autor, a vítima percebeu que ele queria apenas lhe controlar e decidiu não mais atender aos seus telefonemas, tendo o autor, no decorrer da noite efetuado 51 chamadas de vídeo, as quais não foram atendidas
Na manhã seguinte, o autor irritado por não ter sido atendido, ele telefonou para a vítima e, após esta atender, ele proferiu diversas ameaças, entre as quais que ele estava no veneno, que ele tinha passado a noite acordado, que toda a raiva que sentiu ele ia descontar, que ele ia enfiar a faca na vítima e sair com ela em seu pescoço, que a vítima iria morrer, que ela tinha despertado a sua ira; que ela poderia ligar para seus familiares que não iria adiantar, pois ninguém ia evitar que ele a matasse .
O autor chegou na casa da vítima e lhe mandou abrir o portão e, em seguida entrou na casa. Ato contínuo, o autor desferiu dois tapas no rosto da vítima, tendo afirmado que não iria matá-la ali, porque não queria que a filha da vítima (de oito anos de idade e que estava em seu quarto) tivesse esse trauma, mas afirmou que a vítima iria morrer. Logo depois o autor apertou com força a parte de trás da cabeça da vítima com os dedos, tendo também apertado as suas costelas, e foi embora logo depois.
Apenas no final da tarde de segunda feira (07/06/2021) a vítima contou tudo o que estava sofrendo aos seus familiares, tendo eles a convencido a registrar a ocorrência policial e a requerer medidas protetivas de urgência.
Na delegacia, durante o registro da ocorrência policial, sob a orientação dos policiais a vítima enviou uma mensagem ao autor e disse que estava na delegacia, registrando a ocorrência policial e que era para ele devolver o carro que ela havia lhe emprestado na 38ª DP.
Após tomar conhecimento de tais fatos, em menos de uma hora, o autor telefonou para a vítima por 14 vezes e lhe mandou diversas mensagens de texto e de áudio, todas manipuladoras e com a intenção de convencê-la a não proceder criminalmente contra ele.
Durante o registro da ocorrência policial, constatou-se que o autor, há cerca de um mês, estava sendo monitorado eletronicamente, através de tornozeleira eletrônica, fato que possibilitou a efetuação de sua prisão, tendo sido ele localizado em uma via pública do Núcleo Bandeirante.
O autor foi preso em flagrante delito pelo crime de perseguição contumaz, estando sujeito a uma pena que pode chegar aos 3 anos de prisão. Para resguardar a integridade física da vítima e para impedir que o autor continuasse praticando crimes contra a mesma, não foi lhe concedida fiança na esfera policial.
O autor ainda responderá pelos delitos de ameaça, estelionato, injuria e vias de fato praticados. Somadas as penas de tais crimes podem alcançar os 7 anos de prisão.
O autor possui uma longa ficha criminal, possuindo passagens por estupro de vulnerável, violência doméstica, etc
PCDF esta de parabéns belo trabalho!!!