A novela da vida real que se tornou a insatisfação dos moradores com as obras do trecho 01 da Avenida Central do Guará II, que vai desde o comércio da QI23 até próximo da 4ª DP, promete render ainda vários capítulos tensos. A reunião da última segunda-feira, 4/04, entre os moradores, Administração do Guará e Secretaria de Desenvolvimento Urbano, teve início às 17h30 e durou mais de três horas. Um tumulto precisou ser acalmado com a presença de policiais da PMDF e suspensão da reunião por 5 minutos.
Os muitos contra e os poucos favoráveis ( ciclistas) às obras se intercalavam nas falas mediadas pelo secretário Mateus Oliveira. As críticas ao projeto foram muitas e os pedidos de esclarecimentos só aumentavam.
De concreto da reunião, Mateus Oliveira afirmou que as três pistas da via Central vão retornar e serão feitas novamente as baias para o estacionamento dos ônibus, como é em toda a avenida. O secretário do GDF apresentou algumas novas alternaticas para que o Detran-DF fizesse novo estudo do projeto. Ao perceberem que o intuito é, ainda salvar uma parte das obras, onde foram investidos mais de 1 milhão de reais pelas construtoras, através de compensações urbanísticas devidas ao Guará, os ânimos do moradores se exaltaram e gritos, palavrões e cala boca pra lá e pra cá, aconteceram. Tudo muito lamentável.
A estratégia de receber a comunidade no auditório, feita pela Administração do Guará, além de dar mais conforto aos presentes, evitou o confronto direto com as autoridades que estavam no centro do palco. Ao usar da palavra, a administradora do Guará, Luciane Quintana, ressaltou a possibilidade de diálogo aberta junto à comunidade pelo poder público.
Um dos presentes, também contra as obras, sinalizou onde poderiam ser construídas novas ciclovias elencando que do Guará II até ao ParKShopping seria benvinda; do Guará II até à Candangolândia; Guará II até o Aeroporto JK dentre outras alternativas. Já o morador da QE 26, Renato Braga Ribeiro, veio com sua família, composta por mulher e filho, afirmou que: “as obras de compensação urbanistica está se tornando uma descontrução da cidade”, disse exaltado.
Veja o vídeo no @blogdazuleika no instagram do momento em que, exaltados, moradores não permitiram a fala de um representante de uma ONG de ciclismo. Em tempo, os ciclistas tiveram poucas falas no evento e foram sempre rechaçados pela plateia favorável a rolagem dos carros nas três pistas.
Inconformada, uma moradora do edifício residencial Alírio Neto, localizado na Avenida Central, usou seu lugar de fala para fazer críticas diretas à Sedhu e protocolou junto às autoridades presentes um manifesto onde constam algumas sinalizações dos possíveis erros de construção do projeto adoçados também pelos moradores do edifício Bela Vista. Leiam na íntegra o que foi protocolado:
À Administração do GUARÁ .
Assunto: OBRA NA AVENIDA CENTRAL DO GUARÁ II
Na condição de moradores dos Condomínios Alírio Neto e Bela Vista, e no intuito de ajudar e de participar de forma mais direta da
OBRA DE BENFEITORIAS DE COMPENSAÇÃO, na AVENIDA CENTRAL DO GUARÁ II, manifestamos o interesse de também contribuir na melhoria e valorização de toda a região.
Assim, segue anexa uma lista de sugestões viáveis e que realmente virão a beneficiar toda a área, inclusive os prédios acima de 6 andares, que ainda serão edificados pelas construtoras, que detêm a verba aplicada na obra em questão.
Vale lembrar que:
- Nossa Avenida Central tem três necessárias faixas;
- Com essa obra da ciclovia (sem acessibilidade), passamos a ter somente uma faixa e meia e, pior ainda, uma única faixa em alguns pontos;
- A obra é p/ compensar a autorização de construção de prédios acima de 6 andares, na Avenida Central;
- Então precisaremos das três faixas já existentes, para o fluxo de carros, que certamente aumentará, com a vinda de mais moradores – futuros proprietários das unidades dos novos prédios, com mais de 6 andares, a serem construídos.
Para tanto, pedimos o BOM-SENSO e o REAL EMPENHO de vossas senhorias, para a execução de uma obra que realmente venha a BENEFICIAR E COMPENSAR O GRAVE ERRO DE SE CONSTRUIR PRÉDIOS ACIMA DO QUE JÁ ERA ESTABELECIDO PARA O GUARÁ II.
Sugestões de moradores do Residencial Alírio Neto e do Residencial Bela Vista:
- No recuo da nossa entrada: colocar meios-fios para inibir o uso como vaga e/ou instalar placas de proibido estacionar;
- Refazer toda a calçada já existente, ampliando e nivelando-a;
- Construir acessibilidade nas calçadas e na entrada dos prédios;
- Colocar, nas calçadas, o “piso tátil de alerta”, p/ deficientes visuais;
- Manter uma faixa de grama entre a calçada e a pista dos carros, ajudando o escoamento de água da chuva;
- Colocação de bancos de cimento, como temos em frente à SQA;
- Substituir os abrigos de ônibus, com cobertura que ampare do sol e da chuva;
- Manter os recuos p/ ônibus, nas paradas.
- Colocar bicicletas disponíveis p/ a população, como já temos no Plano Piloto;
- Colocar iluminação pública, nas calçadas e pontos de ônibus;
- Aumentar a iluminação nas faixas de pedestres;
- Colocação de lixeiras pequenas e suspensas, nos pontos de ônibus e nas faixas de pedestres;
- Instalar bebedouros públicos p/ pessoas e animaizinhos, ao longo da avenida;
- Sinalizar, c/ placas, a necessidade da retirada das fezes de animais, na calçada e na grama;
- Concluir a construção da ciclovia já existente, ao redor do Guará II;
- Instalar mais equipamentos de ginástica p/ melhor idade;
- Instalar equipamentos de ginástica p/ adultos, como os já existentes em frente ao CAVE;
- Construir duas quadras de areia, no gramado do Consei;
- Construir uma quadra poliesportiva, no gramado do Consei;
- Construir dois parquinhos infantis, nos gramados do Consei e da 4ªDP;
- Reforma do parquinho da Qi 33/36;
- Espaço com brinquedos para cachorros;
- Plantar mais árvores no canteiro central e onde puder
Ótimas sugestões. Precisamos melhorar a qualidade de vida no Guará e esta “obra de compensação” estava piorando muito a nossa qualidade de vida sem compensar nada para a população local.
Em tempo…gostaria que as pedras portuguesas com a logo dos 4 G’s do Guará voltassem às nossas calçadas do G II. Porque as tiraram e onde foram parar? Deixaram no lugar um asfalto mal feito, não nivelado e perigoso!