Com lançamento da pré-candidatura à Câmara Federal, marcada para o próximo dia 13 de julho no Clube da Agepol, às 19h30, pelo Republicanos, Fabiano Guimarães da Rocha quer um lugar ao sol para defender os direitos dos surdos e pessoas com deficiência no país, até então invisíveis, antes de Michelle Bolsonaro dar visibilidade ao passar a interpretar Libras desde que seu marido, Jair Bolsonaro, subiu ao poder há quase quatro anos. Na esteira da primeira-dama, Fabiano viu sua popularidade crescer sendo intérprete da Presidência da República. E a hora, na sua opinião, é o momento certo da sua candidatura por ele representar uma categoria até então esquecida, a dos intérpretes de línguas, dos surdos, dos deficentes e das doenças raras e transtornos. “Carrego uma missão de transformar os discursos do presidente Bolsonaro mais acessíveis. E, represento uma causa nobre e relevante no país”, pontua Fabiano.
Aos 18 anos aprendeu Libras na Igreja Nova Vida de Belford Roxo do Rio de Janeiro, que frequentava desde a infância. Se formou em Letras: Português e Espanhol e fez mestrado na área de Libras. Sua ligação com a igreja não terminou e, quando mudou para Brasília, lecionou na Igreja Nova Vida do Guará, onde congrega, localizada na QE38, alternando seu trabalho na Presidência da República com a dissiminação da Libras no DF. Seus anos de atuação na área o capacitou para entender suas reais necessidades.
“A apostila que usava para estudar era bastante precária na apresentação dos sinais, mas foi ali que me apaixonei pela libras. Comecei a aprender para atuar no grupo artístico chamado Jogral, e fui me aprimorando com o tempo, mesmo sem a presença de surdos na minha denominação, tampouco havia lei e decreto federal sobre a língua. Libras não tinha status social e nem legal, porém era uma língua de fato no campo da interação entre seus falantes e nós fomos pioneiros nessa luta pelo seu reconhecimento. A partir de então ela tornou-se parte fundamental da minha vida”, revela Fabiano.
Quem o vê, constantemente ao lado de Bolsonaro, nao imagina sua luta até chegar lá. Ingressou no curso de Libras da Federação dos Surdos (FENEIS) e , posteriormente, no curso do Instituto de Surdos (INES) para se aperfeiçoar na língua de sinais e formação como intérprete profissional, respectivamente, em 1998 a 2000. Trabalhou na própria Feneis como intérprete de Libras e, em seguida, na APADA. Já foi Professor de Libras do IFRJ, professor tutor do 1º curso de letras Libras bacharelado à distância da UFSC e, em 2018, criou a faculdade de letras libras-português em uma universidade privada. Pelo seu curriculum dá para ver que ele não caiu de paraquedas em um posto de alta visibilidade nacional e até mundial.
Na vida pessoal, Fabiano não fugiu à luta. Aos 42 anos é casado há 10 com Elisângela Guimarães, intérptrete de libras, com a qual tem dois filhos. Sua vivência e luta em prol dos surdos e mudos não é de hoje.
“Sempre vivenciei as demandas e tensões sociais, familiares, as exclusões e as discriminações que os surdos sofrem no Brasil, afinal, acompanho a comunidade surda há 24 anos, portanto, conheço muito bem as dificuldades que esses brasileiros enfrentam. Tenho amizades com muitos surdos, conheço e participo da história de vida de muitos deles e os relatos são sempre sobre a dificuldade de comunicação, de acesso ao emprego e também de promoção (pois quando são contratado, as empresas só fazem para cumprir a lei de cotas, sem apostar e acreditar em suas competências e habilidades profissionais), de relatar um problema de violência familiar, tais como abusos sexuais, psicológicos, agressões e outras violências, além de terem uma educação aquém da qualidade esperada, sem acessibilidade e metodologias apropriadas às suas condições humanas e singularidade linguística. Por serem um público mais vulnerável, fazer a denúncia de crimes e queixas se torna ainda mais difícil e perigoso, para eles e os locais públicos, que deveriam estar preparados para atendê-los ainda carecem de muito de acessibilidade e atendimento humanizado, são impedidos por causa da incomunicabilidade”, relata o pré-candidato.
Ele cita a valorização da Libras pós-Bolsonaro: “Estar ao lado do presidente Bolsonaro contribuiu, na verdade, para trazer à tona essa realidade e pude perceber uma valorização da sociedade às pessoas com essa deficiência e o peso dessa responsabilidade de representar uma pauta relevante, que é a inclusão, de ter a missão de defender a causas da pessoas surdas, ou com deficiência, ou com doenças raras, agora, no campo político, sob a perspectiva dos direitos humanos, a que já me dedico há anos. Hoje temos muitas pessoas que querem aprender Libras, que respeitam essa comunidade, mas ainda há muito a ser feito por ela, e por todos os grupos supracitados, bem como as pessoas com transtornos e síndromes e também pelos os idosos. Precisamos trabalhar para desfazer a cultura da exclusão, do preconceito, da discriminação contra esses grupos”, esclarece Fabiano.
O pré-candidato cita sua principais bandeiras políticas: “Trabalhar pelo valor humano e contra a hierarquização de gente. Nossas bandeiras são Acessibilidade/Inclusão, Família, Educação, Liberdade, Empreendedorismo, Tecnologia e Desenvolvimento Social. Vamos atuar sempre colocando em mente as necessidades dos surdos, das pessoas com deficiência, com doenças raras, dos idosos e demais vulneráveis. Pelo esporte inclusivo, pela qualidade de vida, pela formação de empreendedores que tenham deficiência, fortalecer os pilares da família, defender a liberdade (religiosa também) e soberania do nosso país”, pontua.
Gratidão
“À nossa primeira-dama, Michelle Bolsonaro, a quem tenho total admiração e me espelho. O casal defende a família, às instituições, é conservador, é contra as drogas, contra o aborto e contra a sexualização precoce. Tudo aquilo que tenho como pilar para mim, minhas referências políticas. A Michelle Bolsonaro é nossa guia nas pautas sociais e inclusivas. O que eles representam para o nosso Brasil é aquilo que quero defender sempre”, finaliza Fabiano.