Heloísa passou pelo procedimento assim que nasceu na instituição contratada pela Secretaria de Saúde para procedimentos de alta complexidade. A menina se recupera em Unidade de Terapia Intensiva (UTI)
Heloísa Santos chegou ao mundo por meio de uma cesárea e já foi levada às pressas para corrigir o ritmo das batidas do seu coração. Diagnosticada com uma enfermidade conhecida como Bloqueio Cardíaco Congênito – doença do nó sinoatrial adquirido –, a criança foi atendida com menos de uma hora de vida.
A cirurgiã cardiovascular pediátrica Ana Thalita de Oliveira Miranda do Instituto de Cardiologia e Transplantes do Distrito Federal (ICTDF) explica que foi uma corrida contra o tempo. “Se ela não recebesse rápido um marca-passo, na primeira hora de vida, não conseguiria sobreviver”, afirma.
De acordo com a especialista, em sua experiência de oito anos em cirurgias pediátricas, são poucos os casos como o de Heloísa, por se tratar de uma doença rara. “Não é um caso frequente.” Cerca de 20 profissionais participaram do procedimento.
Cirurgiã cardiovascular pediátrica do Instituto de Cardiologia e Transplantes do Distrito Federal (ICTDF), Ana Thalita de Oliveira Miranda explica que a inserção do marca-passo logo após o nascimento de Heloísa era fundamental para a sobrevivência da recém-nascida.
A mãe da recém-nascida, Maria Gabriela Santos, de 27 anos, recebeu o diagnóstico da filha com cinco meses de gestação. O obstetra Marcelo Filippo, especialista em medicina fetal do Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib), fez o parto e destacou que houve um planejamento minucioso das equipes de cardiologia pediátrica do ICTDF e de medicina fetal do Hmib. “Tudo foi coordenado para que o bebê fosse atendido logo após o nascimento. A sala de cirurgia estava disponível ao lado da sala de parto”, conta.
O pai, Raniere Moreira Freitas, de 29 anos, está ansioso para pegar a filha no colo. “Esse primeiro contato faz toda a diferença. Estou muito mais aliviado, passamos maus bocados nesses três últimos meses. As equipes do Hmib e do ICTDF foram incríveis. Gratidão aos médicos e a todos os profissionais envolvidos”, ressalta.
Heloísa tem mais uma cirurgia marcada na próxima semana, mas os pais têm a impressão de que o pior já passou. “Palavras não expressam nossa gratidão pela equipe médica”, completa Raniere.
Rede Complementar
A Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) contrata hospitais da rede complementar para diminuir a demanda reprimida de cirurgias do Distrito Federal. “Isso é fundamental para oferecermos o melhor tratamento possível à população. Por isso, é uma prioridade desde o início da nossa gestão”, destaca a secretária de Saúde, Lucilene Florêncio.
O ICTDF é uma das organizações sem fins lucrativos que atende os pacientes da rede, e é especializado em cirurgias pediátricas. Somente em 2023, a equipe médica já superou a marca de cem procedimentos.
A instituição tem um contrato de R$ 186 milhões com a SES-DF para realizar atendimentos cardiológicos. Até 21 de julho, já foram realizadas 691 cirurgias entre adultos e crianças, 2.096 procedimentos de cateterismo e 585 angioplastias, entre outros, somando 3.637 atendimentos, 2.270 só neste ano.
*Com informações da Secretaria de Saúde do DF