Mãe da “Sandrinha capoeirista” fala pela primeira vez sobre o Feminicídio da filha no Guará

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Dona Francisca Maria Rolim Ferreira, comerciante de 63 anos, abre o coração pela primeira vez com exclusividade ao Blog da Zuleika, às vésperas do julgamento do suposto assassino de sua filha Sandra Rodrigues, já indiciado pelo MPDFT, Márcio do Nascimento, amanhã, a partir das 9 horas no Fórum do Guará, localizado ao lado da Estação Feira do Metrô, aberto ao público e com mais de cem vagas disponíveis à comunidade. Preparem -se, eu mesma fui às lágrimas.

Blog da Zuleika-Como era a Sandrinha adolescente no Guará?

Francisca– Sandra era uma adolescente feliz, cheia de sonhos, amava viver,
todos os dias me beijava e dizia te amo mãezinha sempre com um sorriso no rosto, uma irmã companheira e como mãe era prestativa amava os filhos, ela era conhecida e amada pelas pessoas no Guara que a chamava carinhosamente de VIDA. Minha filha tinha um coração bom. Não pensava duas vezes em ajudar quem precisava .

Já bem jovem seguia seu sonho

Ela tinha sonhos? Projetos profissionais?

Sim .Sonhava em ensinar a capoeira não só no Guara mais também no Brasil e no mundo. Principalmente para as crianças

A senhora gostava que ela desse aula de capoeira?

-SIm. Até porque era o sonho dela

Como sua família, cristã, lidou com a dependência química dela?

Para nós foi um grande pesadelo, as armas que tínhamos como cristãos era jejum e oração.Sandra fez tratamento e acompanhamento no Guara, mas o tratamento forçado eu não consegui, eles alegaram que ela era maior e lúcida.

Qual foi sua reação ao saber do ocorrido?

A minha reação de mãe foi inexplicável eu fiquei em choque . Quando minha filha. Sheiza me falou do suposto ocorrido eu senti uma dor tão grande que eu já sabia que era minha filha nesse contêiner .
até hoje não consigo aceitar tanta crueldade e tanta violência. Márcio me tirou o direito de ver e despedir da minha filha ele queimou ela viva e deixou no contêiner até morrer

Como a sra. via o relacionamento dela com o Márcio?

O Marcio era muito ciumento, batia e ameaçava ela de morte, coagia e obrigava ela conseguir drogas para ele. Márcio dizia na minha frente que ia matá- la, não deixava ela em paz, quando ela estava em casa com a família ele gritava e batia no portão e se ela demorasse abrir as brigas e agressões começavam.Um dia ele empurrou ela do carro em movimento, ela quebrou o pé. Fez cirurgia, quem a socorreu foi um amigo dela de moto que passava no local, viu que era Sandra e levou ela em casa, e eu levei para o hospital.

Ela queria a separação?

Queria, mas o Márcio não aceitava.Com jeito de ovelha ele sempre conseguia o que queria.Minha filha não tinha forças.

Pretende um dia voltar para morar no Guará?

NÃO, porque cada rua cada praça e cada quadra me traz a lembrança da crueldade da morte da minha filha.

O julgamento vai tirar essa sensação de impunidade?

Sim ,mas não tira a dor nem a falta que minha filha está fazendo. Márcio destruiu a minha família matou a minha filha cruelmente e deixou os meus netos órfãos de mãe. Só nós sabemos o tamanho do sofrimento que ele causou em nossas vidas . ela perdeu a vida e nós perdemos ela. Então que a justiça dos homens realmente seja feita.

Como estão os filhos da Sandrinha?

Os filhos moram comigo em João Pessoa, e sofrem em silêncio a morte cruel e precoce da mãe, por várias vezes pego eles chorando pelas madrugadas de tanta falta da mãe.

Uma família cristã, que na provação de uma morte violenta de um membro da família, buscou em Deus e na igreja o consolo necessário para seguir adiante. O Blog da Zuleika ouviu o pastor Rogério Cantuária, pastor da Igreja Assembléia de Deus Ministério Guará e presidente do Conselho de Pastores do Guará-Copev, que teve a oportunidade de assistir à família no momento de extrema dor e indignação bem como o filho mais velho de Sandrinha, o Vinicius, à época em plena adolescência.

Pastor Rogério: esperamos que ele pague pelo que fez e que tenha pena máxima

-Esse fato que ocorreu com a Sandrinha trouxe muita comoção para a comunidade do Guará.Todos nós ficamos muito entristecidos. Não podemos permitir que isso continue acontecendo.Foi um fato terrível, uma barbaridade muito grande. nós, pastores, precisamos orar para que isso não continue acontecendo no Guará, no Distrito Federal e no Brasil. O filho mais velho, o Vinicius, eu o pastoreei.Fui um dos pastores que ajudaram no velório e no funeral.Uma tristeza imensa, principalmente da mãe. Só Deus para trazer o conforto a todos os familiares. Acreditamos que, o Poder Judiciário , que julga amanhá o Márcio Nascimento,faça sua parte para que outros fatos como esse não venham a acontecer. Esperamos que ele responda pelo que fez e que tenha uma pena máxima. Nós, como igreja temos que orar , sabemos que os dias são maus, temos que buscar a graça de Deus e suas misericórdias.Que o Senhor estenda suas mãos de poder sobre o Guará.

1 COMENTÁRIO

  1. Agradeço a todos os que diretamente e indiretamente ajudaram a nao deixar esquecido essa grande tragedia estou confiante na justiça dos homens e de deus🖤

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