As agências do trabalhador ofereceram, na segunda-feira (9), 77 oportunidades para quem pretende atuar na construção civil. E em qualquer uma delas é possível a contratação de mulheres. Porém, na maioria dos casos, elas não ocupam as vagas, seja por falta de qualificação ou por acreditarem que o ambiente é masculino.
Para tentar reverter esse quadro e ampliar a participação da mulher num dos mercado de trabalho mais promissores da capital, a Secretaria da Mulher assinou um acordo de cooperação técnica com o Sindicato das Indústrias da Construção Civil (Sinduscon) e vai oferecer cursos e palestras para aquelas que se interessarem em atuar na área e para as empresas que quiserem transformar os ambientes de trabalho em espaços feitos para homens e mulheres.
O acordo de cooperação prevê cursos de gestão econômica, acabamento fino e demonstração de um canteiro de obras ideal para a inserção da mulher neste mercado de trabalho. “Nós queremos incluir as esposas e filhas de funcionários de obras, porém, os cursos serão abertos a qualquer mulher que deseje atuar na área”, explica a vice-presidente do Sinduscon, Mirelle Correa. Ela lembra que a programação já está praticamente concluída. Porém, as atividades, que serão presenciais, estão previstas para começar em janeiro de 2021.
Exemplos para motivar
Prova de que um canteiro de obras é, sim, também para mulheres, Joelma de Souza Costa já atua na área há 11 anos. Foi montadora de formas metálicas durante a construção do bairro Jardim Mangueiral e encarregada de formas e de acabamento na construção do Condomínio Paranoá Parque. “Ainda é um ambiente machista e isso precisa mudar. Nós, mulheres, podemos trabalhar onde a gente quiser”, diz ela, que já fez curso de eletricista e hoje tem a própria empresa de reformas e construção.
Para a engenheira civil Stefani Jardim a capacitação que será oferecida pelo governo será muito importante para quem quer atuar na construção civil. “É um mercado muito dinâmico, cujas normas relacionadas, bem como os processos construtivos, estão em constante mudança. É um mercado cada vez mais exigente, com concorrência cada vez maior”, destaca ela, que entrou no setor aos 20 anos, como técnica de segurança do trabalho, e hoje é responsável por monitorar uma obra com cerca de 300 funcionários.
*Com informações da Agência Brasília de Notícias