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Ações culturais celebram mulheres negras em Brasília

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Projeções na cúpula do Museu Nacional da República, nesta terça (25), marcam o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha

O Dia Internacional da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha, celebrado nesta terça-feira (25), será lembrado com intervenção visual projetada na cúpula do Museu Nacional da República (MuN), das 19h às 22h. O trabalho em videomapping foi criado pelo Coletivo Coletores, que também exibe, até 10 de setembro, a exposição Signos de Resistência, Bordas da Memória, que apresenta mais de 250 obras, 50 delas inéditas, no espaço da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec).

Obras do Coletivo Coletores estão em exposição no Museu Nacional da República, que também receberá projeções na fachada nesta terça-feira (25) | Foto: Divulgação/Coletivo Coletores

Apoio do FAC

Outros projetos que circulam ou estiveram presentes na pauta cultural da cidade, financiados pelo Fundo de Apoio à Cultura (FAC), exaltam o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha. Nesta terça-feira (25), às 21h, ainda em sessão especial em celebração à efeméride, será exibido no Cine Brasília o longa-metragem Amor Maldito, filme de 1984 de Adélia Sampaio estrelado por Monique Lafond e Emiliano Queiroz.

Erika Blayney, da TV Record, foi uma das convidadas do café com Margarteh Menezes, que se tornou uma celebração de pretas

Ministério da Cultura

A data de hoje foi referenciada pelo Ministério da Cultura do Governo Federal, com a realização de um café da manhã, no CCBB, com a ministra Margareth Menezes, presencial e online. Onde, jornalistas negras, tiveram a oportunidade de bater um papo bem descontraído com a ministra. Para o encontro, vieram jornalistas de várias partes do país. Na ocasião, foram realizadas diversas perguntas sobre os avanços e conquistas do ministério, como a Lei Paulo Gustavo. Em uma de suas explanações, a ministra destacou a importância de descentralizar os recursos culturais no MinC. “Pelos dados do Itaú Cultural, temos aproximadamente 7 milhões de pessoas que vivem da cultura no país. É fundamental fazer com que o fomento possa fazer efeito e atender às necessidades e o apelo do setor cultural”, esclarece Margareth.

Jornalistas negras foram ao CCBB para um café que rendeu várias escutas por parte da ministra e suas secretárias do MinC

Ceilândia, berço cultural negro

Idealizado por meninas negras de Ceilândia, o projeto Malubá promove uma série de atividades formativas por meio de oficinas de teatro, workshop de escrita dramatúrgica, elaboração de portfólio e rodas de conversas. Os encontros, realizados nos dias 1º, 3, 8, 10, 15, 17 e 22 de agosto, são sempre das 9h às 12h no espaço Jovem de Expressão, localizado na Praça do Cidadão, em Ceilândia.

“Iniciar nossos processos de produção no mês desta data nos estimula a reverenciar quem veio antes e trazer à tona a relevância da mulher negra para construção de nossa sociedade”, avalia a idealizadora da ação, Luana Souza. “Levando em consideração que nós, mulheres negras, ainda ocupamos um lugar de maior desvantagem social numa pirâmide de raça, gênero e classe, é necessário que existam iniciativas que nos estimulem a contar nossas próprias histórias, a assumir um papel de protagonismo”, defende.

Dani, da Rádio Ativa de Samambaia-DF, representando as rádios das periferias do DF

Iniciado em 17 de abril e com atividades previstas até o mês de agosto, a iniciativa Tranças no Mapa, idealizado e coordenado pela pesquisadora Layla Maryzandra, faz parte da pesquisa de campo do Programa de Mestrado em Sustentabilidade junto a Povos e Territórios Tradicionais (MESPT) da Universidade de Brasília (UnB) e pretende construir a 1ª Cartografia Sociocultural de Trancistas do Distrito Federal e Entorno. Na prática, como o nome indica, trata-se da trançagem de fios de cabelos que contam histórias e reforçam a identidade de mulheres negras.

As jornalistas negras empoderadas: Verônica e Joyce

A técnica remonta a uma prática cultural ancestral, de matriz africana, que funciona como resgate da autoestima e da sensação de pertencimento. É muito mais que um adorno. É um símbolo, como explica a pesquisadora Layla Maryzandra. “É um projeto de valorização e salvaguarda dos modos de saber e fazer, estamos discutindo sobre identidade e território, direito à memória negra”, observa.

Por meio de preenchimento de formulário eletrônico é possível se inscrever para participar da oficina online de Patrimônio Cultural, em agosto, e ainda responder à pesquisa que, entre outros questionamentos, pergunta se trançar é a principal atividade econômica da interessada, com quem ela aprendeu a arte e se ela reconhece a prática como sendo de origem africana.

*Com informações da Agência Brasília e MInC

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