Com investimento de R$ 30 milhões, projeto será inaugurado em 2025
Protagonista da transição energética no Brasil, a Neoenergia está investindo cerca de R$ 30 milhões, do programa de Pesquisa e Desenvolvimento da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), na instalação pioneira de uma usina de hidrogênio verde (H2 verde), em Brasília, que funcionará como posto de abastecimento para veículos movidos a hidrogênio. O projeto pioneiro tem previsão para ser inaugurado ano que vem. Para dar início à instalação, a empresa assinou, na última quarta-feira (21), um memorando de entendimento (MoU, na sigla em inglês) com o Governo do Distrito Federal (GDF), com o objetivo de reforçar a importância do desenvolvimento dessa nova tecnologia na capital federal e estabelecer uma parceria junto ao governo para a obtenção das autorizações necessárias.
A cerimônia foi realizada no Palácio do Buriti, sede do GDF, e contou com a presença de Eduardo Capelastegui, presidente da Neoenergia; Solange Ribeiro, vice presidente da Neoenergia, Frederico Candian, diretor-presidente da Neoenergia Brasília; João Paulo Rodrigues, diretor Institucional da Neoenergia; do governador Ibaneis Rocha; e do secretário de Governo do GDF, José Humberto Pires de Araújo.
“O Brasil já conta com a infraestrutura necessária para viabilizar novos projetos que contam com fontes de energia renovável, como é o caso do hidrogênio verde”, afirma Eduardo Capelastegui. “O país caminha para o estabelecimento de um ambiente jurídico e regulatório seguro para que as empresas possam avançar em seus planos de investimento e desenvolver este mercado no país”, finaliza o executivo.
A escolha por Brasília se deu por motivos estratégicos: a capital do país é um polo econômico-político relevante no cenário nacional e tem uma história forte atrelada ao transporte automotivo. Existe um potencial de viabilidade e visibilidade para o projeto piloto, que traz para o Brasil uma infraestrutura pioneira para introdução e demonstração dos veículos a célula de combustível de H2 verde, com zero emissões de CO2. A planta de produção e abastecimento também ficará aberta para contribuir com pesquisa e desenvolvimento (P&D) desse novo vetor energético, além de oferecer capacidade para abastecimento veicular.
O ponto de abastecimento de H2 verde do DF receberá energia renovável proveniente de uma usina fotovoltaica de 150kWp, e terá capacidade para abastecer veículos leves, industriais e comerciais, e pesados, como ônibus e caminhões, contribuindo para o processo de descarbonização de segmentos ainda difíceis de reduzir suas emissões de CO2, como é o caso do setor de transporte pesado de longa distância.
Além do projeto de Brasília, a Neoenergia também conta com cinco acordos de cooperação com governos e empresas para projetos de hidrogênio verde no Rio Grande do Norte, Ceará, Pernambuco, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro. Além disso, a empresa possui projetos concretos, em grau avançado de maturidade, que envolvem mais de R$ 500 milhões em investimentos.
Vetores energéticos – Parte significativa dos processos industriais podem ser descarbonizados pela eletrificação direta, mas em setores como transporte pesado, siderurgia, indústria química, alimentícia e de fertilizantes, a descarbonização precisa ser intermediada pelo uso de vetores energéticos, como são o hidrogênio verde e seus derivados.
Por isso, hoje, o grupo Iberdrola, controlador da Neoenergia, possui mais de 60 projetos de hidrogênio verde e/ou derivados em desenvolvimento ao redor do mundo, dois deles já em operação desde 2022, na Espanha, sendo um deles voltado para mobilidade urbana.
O projeto de Brasília é bem semelhante ao da Iberdrola, planta que abastece o transporte público rodoviário da Zona Franca de Barcelona, mas com algumas especificidades para atender as necessidades brasileiras e em uma escala menor. Enquanto a planta de Barcelona foi projetada com abastecimento em pressão única, ideal para veículos pesados, como ônibus, a de Brasília consegue abastecer em duas pressões. Isso permite contemplar uma gama maior de veículos, como ônibus, empilhadeiras, caminhões e veículos leves de passeio, por exemplo.
*Com informações da Neoenergia Brasília
Só vai funcionar se tiver subsídio. Por enquanto a produção do hidrogênio é muito mais caro que a gasolina. Qual empresa vai querer pagar muito mais caro para abastecer sua frota só para colocar um selo verde na sua propaganda? Porém existem estudos avançados na redução de custo da produção de hidrogênio que podem virar esse jogo nos próximos anos.
Perfeitas colocações